Fotos: Rochele Zandavalli | Secom-UFRGS
O vice-reitor Pedro Costa reuniu-se nesta terça-feira, 22 de julho, no Centro Cultural da UFRGS com representantes da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação, da Unipampa, da UFSCar e do IFRS para tratar do projeto de criação da Casa Museu Petronilha, em Porto Alegre. O encontro, o primeiro de uma série de reuniões de trabalho e prestigiado pela presença da professora Petronilha Gonçalves e Silva, Doutora Honoris Causa da UFRGS, foi celebrado pelos participantes como um ponto de partida na organização e preservação do acervo pessoal e profissional da pesquisadora.
Pedro Costa abriu os trabalhos saudando o engajamento dos parceiros e destacando que a criação da casa museu simboliza um processo educativo, que só é possível por meio do encontro de pessoas e da troca de experiências. Agradeceu ainda pela colaboração dos professores da Fabico Glaucia Vaz e Rodrigo Caxias de Sousa.
Giane Vargas Escobar, coordenadora de Formação Continuada para as Relações Étnico-Raciais e Educação Quilombola da Secadi-MEC, observou que a reunião de integrantes das quatro instituições parceiras que estão a frente do projeto “Profa. Dra. Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva: Organização, Documentação e Preservação do Acervo Pessoal e Profissional”, mobiliza pessoas e recursos em torno de uma causa importante que é a preservação de um valioso conjunto de obras e documentos.
A vice-reitora da Unipampa Francelli Brizola expressou sua satisfação por integrar a equipe interinstitucional que está trabalhando na implantação da casa museu: “Agradeço à professora Marta Messias da Silveira, pioneira das ações afirmativas na Unipampa, que vem fazendo uma caminhada histórica de transformação da nossa instituição. Também quero dizer da emoção de ter a presença da professora Petronilha, pessoa cuja atuação marcou a trajetória de vida de muitas mulheres”. A dirigente prosseguiu afirmando que “antes de nós, estava todo mundo; estava a cultura e estava o povo”, para expressar o quanto os saberes ancestrais, a diversidade e a busca pela equidade são hoje valorizados no ambiente acadêmico.
A professora Ana Cristina Juvenal da Cruz, representante da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), frisou que a participação de sua instituição no projeto envolve o trabalho de organização de parte do acervo de Petronilha – cuja carreira iniciou na UFRGS e teve continuidade na universidade situada no interior paulista. “A intenção é colaborar junto ao Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros a fim de compor uma equipe de pesquisa para produzir materiais que sirvam à divulgação e formação para equidade racial desde as crianças até os jovens do ensino superior”.
Petronilha Gonçalves saudou as instituições presentes ressaltando que, toda vez que afirma “eu sou porque nós somos”, no caso de sua trajetória na UFRGS, não é simples retórica. Isso porque, desde o ensino básico no Colégio de Educação, até a docência e o doutorado realizados na Faculdade de Educação, ela está ligada à esta instituição. “Me sinto honrada, emocionada e feliz por poder de alguma forma continuar colaborando em toda essa história – que não é só minha, é dos estudantes e professores, do nosso grupo étnico-racial – para a construção de uma nação, de uma sociedade, de uma de cidade, de uma universidade em que todas as pessoas se sintam felizes por estar ali; se sintam em casa. Porque um lugar onde a diversidade não é valorizada ainda é um lugar de sofrimento”, comentou.
Fábio Azambuja Marçal, pró-reitor de Ensino do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), lembrou que apesar de sua instituição ter apenas 16 anos, cumpre um papel de garantir o direito à educação para comunidades do interior e das regiões periféricas dos centros urbanos. “Nesse sentido, temos um eixo que é a formação integral. Participar dessa iniciativa significa o fortalecimento dessa formação e uma ação emancipatória para a nossa proposta pedagógica”, avaliou.