Após cinco anos como titular da vaga destinada ao movimento negro no Conselho Nacional de Saúde (CNS), a AMNB deixa, temporariamente, de ficar à frente das negociações, mas permanece entre as três entidades que dividirão esta titularidade. A AMNB volta a para assumir outra vez em 2014. Ao longo destes últimos anos, este papel foi desempenhado por Jurema Werneck, que, na representação da AMNB, era a titular da vaga destinada ao movimento negro no conselho. Neste período, Werneck chegou a ser membro da mesa diretora.
Na nova configuração, inédita, a vaga de titular do movimento negro no CNS receberá três diferentes representações. Assumem, nesta ordem, Ubiraci Matildes, coordenadora da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Simone Cruz, secretaria-executiva da AMNB e Richarlls Martins, da Rede Nacional Lai Lai Apejo – População Negra e Aids, alternando a titularidade em 2013, 2014 e 2015, respectivamente.
O processo de eleição do CNS foi finalizado no último dia 13 com a vitória de Maria do Socorro de Souza, assessora de políticas sociais da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Esta é a primeira vez, em 75 anos, que o CNS elege uma representante dos usuários, mulher e negra para a presidência. Maria do Socorro contou com o apoio da AMNB no processo eleitoral.
O CNS é a mais importante instância de controle social na área da saúde no país. A maior parte dos movimentos sociais que atuam no campo da saúde (AIDS, mulheres, LGBT, patologias, dentre outros) já integrava o conselho há bastante tempo. Somente o movimento negro não tinha uma vaga de usuário garantida, fato corrigido em 2006.
De acordo com Simone Cruz, fazer parte desta instância tem uma grande relevância para a AMNB. “Sem dúvida, é um dos conselhos mais importantes que a AMNB compõe, sobretudo pelo seu papel em relação a deliberação das políticas de saúde, políticas importantes para a população negra, e em especial, para as mulheres negras, como a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. É um espaço político, mas também democrático e de construção de dialogo sobre as demandas da sociedade civil e negociação com o governo”, afirma a secretária-executiva.
O CNS é uma esfera pública, de interesse público, e quedeve estar comprometido na garantia de uma relação direta entre a sociedade e o Estado brasileiro para a realização dodireito à saúde de todos. O objetivo é partilhar o pod
er na tomada de decisões,estabelecendo a co-responsabilidade entre o Estado e a sociedade civil na formulação,execução, monitoramento e avaliação das políticas e programas de saúde.
Fonte: AMNB
