Anemia Falciforme: Mãe afirma que falha provocou morte da filha

O resultado de um teste do pezinho que chegou tardiamente às mãos dos médicos encurtou a vida da pequena Sophia Sarah, de apenas 9 meses. A menina morreu de anemia falciforme no último dia 9. A amostra foi coletada no posto de saúde de Jardim América em dezembro, e analisada pela Apae. A Apae afirma que mandou o resultado para o posto, por fax, ainda em janeiro, quando confirmou a doença. Mas a Secretaria Municipal de Saúde alega que o aparelho de fax do posto está quebrado desde dezembro.

Quem sofre de anemia falciforme tem as hemácias — células vermelhas do sangue — deformadas. O tratamento inicial, a base de vacinas, antibióticos e transfusões de sangue, é feito na rede pública através do Hemorio. No entanto, quando o diagnóstico de Sophia chegou, através de uma segunda via, enviada pela Apae, no dia 3 de agosto, ela já estava hospitalizada, passando por uma crise. A menina foi internada em estado grave no dia 23 de julho no Hospital Municipal Souza Aguiar, onde veio a morrer.

 

321_1935-pezinho

O teste do pezinho foi feito no dia 17 de dezembro

321_1936-resultado

O resultado foi entregue ao posto de saúde oito meses depois: no dia 3 de agosto

Segundo o Hemorio, o setor de assistência social da Apae chegou a agendar três consultas para a menina. Mas Cátia não teve conhecimento nem do diagnóstico nem desta recomendação da Apae. O posto deveria intermediar o contato com a família, mas sequer sabia do quadro de saúde de Sophia. A secretaria afirma que a Apae deveria ligar, depois de enviar o fax ao posto, para confirmar o recebimento do documento.

Demora classificada de ‘normal’ no posto

A mãe da pequena Sophia ia todo mês no posto de saúde para verificar se o resultado do exame da filha havia chegado.

— Eles diziam que esta demora era normal — relembra Cátia.

321_1936-sophia2

Álbum de família

Sophia, recém-nascida, ainda saudável

Mãe de outros dois filhos, uma de 18 e outro de 11, ela conta que sempre esteve atenta às necessidades dos filhos.

— Não podia imaginar que minha filha tinha esta doença. Ela era saudável, até o dia em que teve febre e ficou com a pele toda amarelada. A partir daí, ela ficou toda inchada e já era tarde demais… — conta a chefe de limpeza.

Dos profissionais que atenderam a filha, ela ouviu o motivo que selou o destino de Sophia.

— A assistente da Apae me falou que o que houve foi uma falha de comunicação. E o custo disso tudo foi a vida da minha filha — desabafa a mãe da pequena Sophia.

 

 

 

Fonte: Extra

+ sobre o tema

para lembrar

”Já passou do limite do tolerável” | nota ANPEd sobre os rumos da educação brasileira

”Já passou do limite do tolerável.” Do Anped Esta afirmação da pesquisadora...

Secretaria vai cortar ponto de professores da greve na Bahia

Profissionais decretaram greve por tempo indeterminado no dia 11...

Professora cria projeto para debater questões de gênero em escola de SP

Por que, nas escolas, as filas são separadas entre...
spot_imgspot_img

Geledés participa do I Colóquio Iberoamericano sobre política e gestão educacional

O Colóquio constou da programação do XXXI Simpósio Brasileiro da ANPAE (Associação Nacional de Política e Administração da Educação), realizado na primeira semana de...

Aluna ganha prêmio ao investigar racismo na história dos dicionários

Os dicionários nem sempre são ferramentas imparciais e isentas, como imaginado. A estudante do 3º ano do ensino médio Franciele de Souza Meira, de...
-+=