iG: Quem são seus ídolos na música? 

Pathy Dejesus: Meu ídolo máximo é o Joge Ben. Se você me perguntar ‘o que você escuta todos os dias?’ a resposta é ele. Independente do som que eu toco, consumo, compro, Jorge Ben Jor, Stevie Wonder, Earth Wind & Fire e a Mary J. Blige, que é minha musa inspiradora, vão sempre estar no meio.

iG: Como VJ você terá a oportunidade de entrevistar muita gente importante da música. Tem alguma entrevista dos sonhos?

Pathy Dejesus: Eu sou tão ansiosa que nem me permito pensar nisso. Só de pensar já fico com frio na barriga e tremedeira (risos). Se o Michael estivesse vivo eu ia dar cambalhotas e dormir na porta do hotel pra conseguir a entrevista. Mas atualmente eu diria a Beyoncé (risos). Ela pode falar o que quiser, eu vou só ficar ouvindo.

 

iG: O que você tem de diferente dos outros VJs da casa?

Pathy Dejesus: Se tratando de mulheres, acho que todas que passaram pelo Top 10 e Disk se tornaram musas. Até mesmo a Ellen Jabour, recentemente. Ao mesmo tempo que isso é bacana, fica uma coisa de mulher “inatingível” e eu não sou assim perfeita. As pessoas me falam que eu sou linda, mas eu sou muito povão. Eu falo besteira, falo alto, às vezes escapa um palavrão (risos). Eu sou muito menina. Essa minha simplicidade vai ser um ponto positivo. Ao mesmo tempo que não sou intocável. Eu posso ser um ídolo atingível e isso falta.

iG: Além de VJ, você também é DJ. Quais são as músicas que nunca faltam no seu set?

Pathy Dejesus: O Kendrick Lamar fez um disco incrível ano passado e “Real” tem uma das letras de rap mais incríveis que ouvi na vida. Nos meus sets eu misturo muita coisa, desde hip hop até influências dos anos 1970, Jorge Ben, samba. Também gosto de tocar Jay Z com Kanye West, ”Niggas In Paris”. E gosto muito do Criolo.

iG: Em toda sua história a MTV Brasil teve apenas uma VJ mulher negra, a Adriana Lessa, em 1993. Você sempre diz em suas entrevistas que tem que mostrar mais trabalho por ser uma mulher negra. No ano de 2013, você acha que ainda existe essa necessidade de se impor?

Pathy Dejesus: Não lembro do programa da Adriana, mas por terem colocado uma mulher negra pra apresentar o carro chefe da emissora, vejo isso como uma conquista e não tem como deixar passar. Eu sempre conto que meu pai me colocou cedo pra trabalhar, mesmo não precisando, para me ensinar o valor do trabalho e cresci enxergando assim. Vim preparada para o “não”, mas isso eu já tenho. Se eu quiser fazer diferente, vou ter que dar a cara. Foi por isso que me formei em Publicidade e depois fui ser modelo. Na época, eu era a única garota com menos de 1,75m, mas consegui e isso tem a ver com a minha personalidade. Depois fui atuar e me diziam que eu só faria papel de empregada, mas eu nunca fiz uma empregada, pra você ver como eu venho quebrando barreiras. Também fui a primeira negra a fazer campanha de xampú no Brasil. Às vezes penso que vim pra isso. Estou sempre preparada, porque se tiver uma brecha eu vou invadir.

As informações são do repórter Gustavo Abreu, do iG