Aplicativo para a proteção de pessoas LGBTI é lançado na Comissão de Legislação Participativa

A comunidade LGBTI conta com mais uma ferramenta de proteção. O aplicativo Tia Lu foi lançado em audiência da Comissão de Legislação Participativa da Câmara nesta quarta-feira (25).

Por Karla Alessandra, na Câmara dos deputados

Aplicativo foi lançado em reunião da Comissão de Legislação Participativa. (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

Atualmente disponível nos celulares que utilizam o sistema Android, o aplicativo foi idealizado e colocado em prática pela Rede Gay Brasil e tem por objetivo permitir que pessoas em situação de risco possam acionar um pedido de socorro pelo celular.

O Tia Lu já funciona em São Paulo, na Paraíba, na Bahia, no Rio Grande do Sul e, a partir de agora, no Distrito Federal. Como está sendo financiado com recursos dos ativistas, a plataforma deve ser implantada a cada mês em um estado diferente.

O coordenador-geral da Rede Gay, Fábio de Jesus, afirmou que, além de possibilitar o salvamento de vidas, o aplicativo vai permitir a coleta de dados que poderão nortear políticas públicas para a população LGBTI.

Fábio de Jesus explicou que os coordenadores regionais serão responsáveis por entrar em contato com aqueles que utilizarem o aplicativo, para encaminhar essas pessoas para o registro de boletim de ocorrência, se isto já não tiver sido feito.

“A partir do momento que a gente tiver estatísticas de boletins de ocorrência, a gente vai ter números para falar ‘tantos LGBTIs estão sofrendo no país’ e aí a gente vai cobrar políticas públicas dos estados”, ressaltou.

Segundo dados do Grupo Gay da Bahia, em 2018, o Brasil registrou 420 mortes na comunidade LGBTI.

A diretora de promoção dos direitos dos LGBTIs do Ministério da Família, dos Direitos Humanos e da Mulher, Marina Reidel, afirmou que o Tia Lu vai ser uma importante ferramenta para nortear políticas públicas.

“O aplicativo vem somar dentro de uma ideia de rede e ele vai também nos ajudar nesta questão de trazer dados para que a gente possa ir lá no governador de um estado, lá no prefeito e cobrar ações”.

O deputado Nilto Tatto (PT-SP), autor do requerimento para realização do evento, destacou a importância de se ter mecanismos de defesa para a população LGBTI. “É importante que aqui dentro desta Casa essa luta possa ressoar para o País inteiro. Também é preciso enfrentar o debate, porque estamos correndo sérios riscos com a quantidade de proposições que vão no sentido contrário e apontam para retrocessos do ponto de vista do reconhecimento dessa diversidade”.

O aplicativo recebeu este nome em homenagem ao ativista dos direitos LGBTI na Paraíba, Luciano Bezerra, que morreu vítima de um infarto em 2017. Luciano foi presidente da ONG Movimento Espírito Lilás, e referência para gays, lésbicas e trans em todo o estado.

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