Ator Fabricio Boliveira lança rede de apoio audiovisual para protagonismo negro

Enviado por / FontePOR IRMA LASMAR, do ODIA

O ator da TV Globo Fabricio Boliveira e o produtor Gabriel Bortolini assinam o projeto Elenco Negro, que visa a mapear e atrair artistas no interior do estado do Rio de Janeiro, da Baixada Fluminense e da periferia carioca para cadastro em um portal – lançado esta semana – que produz materiais de apresentação para produtores de elenco e diretores artísticos. A iniciativa se espelha e dá continuidade ao Centro Brasileiro de Informação e Documentação do Artista Negro (Cidan), lançado em 2007 pela diva Zezé Motta, que é uma das madrinhas do novo cadastro.

“Elenco Negro surge da inquietação em potencializar profissionais negros. O escopo do projeto pretende fortalecer atores negros, maiores de 18 anos, nos mais variados estágios da carreira, residentes no estado, que estão procurando se inserir e/ou se fortalecer no mercado audiovisual e criar uma rede de apoio e suporte para os artistas no mercado de trabalho”, explica Boliveira, o protagonista de Faroeste Caboclo. “Além dessas contribuições, esse formato de cadastramento para os artistas dará mais visibilidade a esses profissionais principalmente aos que ainda não são reconhecidos no mercado audiovisual do país. O baiano comenta o valor de ter o apoio da precursora do movimento artístico negro: “Zezé, que já interpretou minha mãe várias vezes, introduziu muitos amigos artistas por meio do Cidan criado por ela. Com meu projeto, estou continuando uma história que já começou com essa grande mulher”.

Apesar de os negros comporem 50,7% da população brasileira (IBGE, 2010), eles representam apenas 20% dos atores que atuaram em papéis de destaque no cinema até 2012. “Tal fato contribui para a exclusão de vivências e perspectivas de um numeroso segmento da sociedade, impede a criação de referências positivas, estereotipa grupos, entre outros tantos problemas”, lamenta Bortolini. “Elenco Negro quer atuar continuamente na contramão desses números e estereótipos e também fortalecer nomes de projetos recentes como o Coletivo Preto, que surgiu em 2016, é formado por quatro jovens atores, escritores, circenses e produtores negros: Drayson Menezzes, Licínio Januário, Orlando Caldeira e Sol Menezzes, que produzem, fomentam e divulgam trabalhos nos quais colocam o homem e a mulher negra em papeis de protagonismo”.

Contemplado pelo edital Retomada Cultural RJ da Lei Aldir Blanc, o projeto Elenco Negro é on-line e gratuito para artistas negros maiores de 18 anos. Para se cadastrar, é preciso preencher o formulário no perfil da iniciativa (@elenconegro) e aguardar o retorno da equipe. Os primeiros a se inscreverem terão acesso a serviços imediatos, de acordo com suas áreas de interesse, como edição de vídeos, atuação de textos elaborados por dramaturgos convidados, oficina jurídica com foco no auxílio de resolução de burocracias, mentorias com profissionais negros dos mais variados seguimentos, ensaios fotográficos para produção de material de divulgação e apadrinhamentos para favorecer e fortalecer as trocas de experiências e o crescimento pessoal e profissional.

 

 

POR IRMA LASMAR, do ODIA

+ sobre o tema

Diafragma: um método de contracepção não hormonal

Texto de Daniela. Muitas mulheres cissexuais tem vontade ou necessidade...

O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 10 e a Igualdade Racial no Mercado de Trabalho

Este ano começou com muitas mudanças no mundo do...

Mais cinco vacinas deverão ser incluídas no calendário da rede pública

O Senado aprovou nesta quinta-feira projeto de lei...

FSM: Senador Paulo Paim abre a jornada de programação do FSM em Canoas

O programa Cantando as Diferenças Sociais, Culturais e Individuais...

para lembrar

UNFPA abre processo seletivo para consultores técnicos

O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) está...

‘Economist’ vê risco de apagão das telecomunicações no Brasil

A edição impressa da revista britânica The Economist...

Controle de emissoras por políticos leva à falsificação da democracia

Ação no STF pede inconstitucionalidade de outorgas concedidas a...
spot_imgspot_img

Comissão Arns apresenta à ONU relatório com recomendações para resgatar os direitos das mulheres em situação de rua

Na última quarta-feira (24/04), a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos D. Paulo Evaristo Arns – Comissão Arns, em parceria com o Movimento Nacional...

Estudo relata violência contra jornalistas e comunicadores na Amazônia

Alertar a sociedade sobre a relação de crimes contra o meio ambiente e a violência contra jornalistas na Amazônia é o objetivo do estudo Fronteiras da Informação...

Brasil registrou 3,4 milhões de possíveis violações de direitos humanos em 2023, diz relatório da Anistia Internacional

Um relatório global divulgado nesta quarta-feira (24) pela Anistia Internacional, com dados de 156 países, revela que o Brasil registrou mais de 3,4 milhões...
-+=