Polícia Militar abriu procedimento administrativo.
Ele foi enterrado na manhã desta segunda-feira (20)
A família de Julio César Coelho está inconformada com a morte do rapaz, de 21 anos, durante uma ação da Polícia Militar no conjunto habitacional da Cidade Alta, na noite de sábado (18), em Cordovil, no subúrbio do Rio de Janeiro. Além de Julio, outras três pessoas morreram e uma mulher ficou ferida.
Segundo parentes, o rapaz trabalhava de madrugada como atendente em uma lanchonete, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Ele também estudava, durante a noite, para concluir o Ensino Fundamental e, à tarde, fazia curso de gastronomia. Julio César foi enterrado na manhã desta segunda-feira (20).
A assessoria de comunicação da Polícia Militar informou nesta segunda-feira (20), em nota oficial, que o comandante em exercício do 16º BPM, tenente-coronel Roberto Garcia, abriu um procedimento administrativo para apurar os fatos envolvendo a ocorrência na Cidade Alta.
Testemunhas dizem que tiros foram disparados por PMs
No sábado à noite, Julio César estava na rua no conjunto, onde morava com a mãe, e foi baleado na chegada dos policiais militares. Ele morreu antes de chegar no hospital. Os tiros, segundo testemunhas, teriam sido disparados por PMs.
Equipes do 16º BPM (Olaria) foram ao local verificar uma denúncia de que suspeitos estavam reunidos no local. O comando do 16º BPM informou que os policiais foram recebidos a tiros, e reagiram.
Depois da operação, a Polícia Militar chegou a informar que todos os mortos eram traficantes. No entanto, mais tarde, foi informado que três homens não tinham passagem pela polícia. A PM apreendeu três granadas, uma submetralhadora, duas pistolas, um revólver, um carregador de fuzil, além de crack, cocaína e maconha.
“Eu acho que a polícia deveria ter um pouco mais de cautela. Se o meu sobrinho tivesse envolvimento com o tráfico, eu não estava aqui, no enterro dele, falando de cara limpa com a imprensa”, afirmou Juacir Brandão, tio de Julio César.
Fonte: G1
