Marina Silva oficializa saída do PV e lança movimento político com verdes dissidentes

A ex-senadora Marina Silva oficializou nesta quinta-feira (7) sua saída do PV, partido pelo qual disputou a Presidência no ano passado – quando conquistou 19,6 milhões de votos.

Marina Silva deixa o PV após dois anos no partido

O anúncio foi feito em São Paulo, diante de uma plateia de mais de 300 “marineiros” que participaram do “Encontro por uma Nova Política”.

Ao lado de aliados e simpatizantes, a ex-ministra do Meio Ambiente anunciou ainda o pré-lançamento de um novo “movimento político” pelo “verde e pela cidadania”, que deve contar com integrantes de quase todos os Estados brasileiros.

– Não é o fim, é o início. […] É um momento para ficarmos tristes e alegres. […] Alguns estão se desfiliando comigo, outros estão se licenciando, outros estão ficando criticamente [no PV], e posso dizer que estamos juntos nesse movimento, inclusive com pessoas de outros partidos e até aqueles sem partido.

Segundo Marina, só não pode fazer parte desse grupo quem não quiser abraçar a “nova forma de fazer política” e quem não se indignar com os recentes escândalos no país.

O movimento, ainda sem nome, será fundado oficialmente entre agosto e setembro deste ano, mas ainda não há previsão para a fundação de um partido – que deve ficar para depois das eleições de 2012.

– Não se trata de uma saída pragmática, com olhos nos calendários eleitorais, ainda que as eleições sejam importantes. [A eleição] é parte, não é o fim, nem é o todo.

A formalização da saída de Marina ocorre após intensa disputa interna dentro da legenda. Desde o início do ano, o Partido Verde virou palco de uma briga entre a ala do presidente nacional da legenda, o deputado federal José Luiz Penna (SP), e o grupo ligado a Marina.

No evento, aliados da ex-senadora criticaram a falta de “abertura” do PV para dialogar e a ausência de eleições internas, como disse em discurso o ex-presidente do diretório do PV paulista Maurício Brusadin.

– Nós tentamos de tudo. Nós rodamos o Brasil para comprovar que é possível ter mais democracia, mas não teve jeito.

Ele e outros verdes dissidentes também anunciaram sua saída do PV, como o candidato derrotado ao governo de Minas em 2010 José Fernando Aparecido, para quem o “lamentável ato de desfiliação” foi a alternativa que restou.

Outros verdes históricos, como o deputado federal Alfredo Sirkis e o ex-deputado Fernando Gabeira, não deixaram o Partido Verde, embora tenham declarado no evento apoio ao movimento – Gabeira falou por meio do Skype.

Sirkis deixou claro, porém, que só não se desfiliou do PV para não correr o risco de ter seu mandato parlamentar cassado por infidelidade partidária. Ele, contudo, anunciou seu “licenciamento por tempo indeterminado” da vice-presidência do PV nacional, da presidência da legenda no Rio de Janeiro e de todas as “atividades internas” da sigla.

– O PV não foi capaz de canalizar, de incorporar e de dar perspectiva a esses 20 milhões de votos, e é preciso de outro instrumento para eu fazê-lo.

Deixaram o Partido Verde também o empresário Guilherme Leal, vice da chapa de Marina no ano passado; o empresário Ricardo Young, que disputou uma vaga no Senado no ano passado; e João Paulo Capobianco, coordenador da campanha de Marina; entre outros.

Fonte: R7

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