Cochilos: Manifestações livres sobre qualquer assunto

Por Leno F. Silva

 

No mundo do trabalho o ideal seria que o profissional escolhesse a labuta de acordo com as suas habilidades, talentos, perspectivas de satisfação e pelo justo valor financeiro, que lhe permitisse viver com dignidade.
Sabemos que nesse modelo de sociedade e de economia, existem atividades mais e menos valorizadas, aquelas que historicamente são consideradas de segunda categoria, algumas muito bem posicionadas no mercado e outras, inesperadas, que despontam graças às transformações do modo de produção e de outras inovações.
Uma das funções clássicas e que ainda sobrevive à modernização tecnológica é a de cobrador de ônibus. Trata-se de uma função que foi extinta por um curto período na cidade de São Paulo e que, em função de sua importância social, pois emprega um número expressivo de pessoas, resiste no sistema público de transporte coletivo da maior metrópole da América Latina.
Com o funcionamento do bilhete único, o papel desse trabalhador é validar a passagem de determinados usuários – idosos, pessoas com deficiência, gestantes -, cobrar a tarifa de quem não tem o cartão, prestar informações distintas e auxiliar o motorista em questões extraordinárias.
Há uma certa monotonia nessa atividade. Talvez, por isso, quase sempre flagro os cobradores cochilando na cadeira em posições pouco confortáveis.
Quando surpreendidos dormindo, na maioria das vezes acordam com alguém pedindo informação, despertados pelo som do bilhete único ou pelo barulho da catraca giratória. Os mais descolados tiram de letra a soneca. Já presenciei várias situações e, invariavelmente, todos acordaram de mau humor e com as caras “amassadas”.
Minha sugestão para acabar com o sono dos cobradores é contratar “conversadores” oficiais para mantê-los falando por todo o trajeto. Com isso, há mais geração de emprego, evita-se o cochilo no local de trabalho e as viagens ganham um ambiente mais amigável. Por aqui, fico. Até a próxima.

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