Paulo Lins diz que há racismo na lista da Feira de Frankfurt

RIO – Em entrevista publicada neste domingo pelo jornal alemão “Tagesspiegel”, o escritor Paulo Lins disse que a lista de autores brasileiros convidados à Feira de Frankfurt é racista e não representa o Brasil, país homenageado no evento, que começa nesta terça-feira. Único negro entre os 70 brasileiros, ele comenta a acusação feita na semana passada pelo “Süddeutsche Zeitung”de que houve racismo na seleção.

“Eu sou o único autor negro dessa lista. Em que caso isso não é racismo?”, afirma Lins, quando perguntado sobre a seleção, feita pelo jornalista Manuel da Costa Pinto, pela diretora de Livro, Leitura e Literatura da Fundação Biblioteca Nacional e por Antonio Martinelli, coordenador de programação do Sesc São Paulo. “É claro que depende o quê e quem se procure, e de que concepção se tenha da literatura. Essa lista não representa o Brasil”, diz.

Autor de “Cidade de Deus”, Lins lança na Alemanha seu segundo romance, “Desde que o samba é samba”, pela editora Droemer (tradução de Barbara Mesquita), sobre o qual comenta na longa entrevista. Ele diz ainda que o Brasil conversa a contragosto sobre racismo, mas que no país os negros “só podem ser jogadores de futebol ou músicos”. “Quando eu entro num restaurante caro, há imediatamente olhares questionadores”, afirma.

Fonte: Yahoo

+ sobre o tema

para lembrar

Dossiê: Presença negra na literatura brasileira

A décima edição da Opiniães: revista dos alunos de...

Lula assina decreto que dá autonomia a institutos federais de educação

Escolas técnicas poderão realocar recursos públicos da União. Poderão...

Projeto de estudantes de letras dá aulas de português para refugiados em SP

Objetivo do MemoRef, criado dentro da Unifesp, é integrar...
spot_imgspot_img

Geledés participa do I Colóquio Iberoamericano sobre política e gestão educacional

O Colóquio constou da programação do XXXI Simpósio Brasileiro da ANPAE (Associação Nacional de Política e Administração da Educação), realizado na primeira semana de...

Aluna ganha prêmio ao investigar racismo na história dos dicionários

Os dicionários nem sempre são ferramentas imparciais e isentas, como imaginado. A estudante do 3º ano do ensino médio Franciele de Souza Meira, de...
-+=