Alessandra Maestrini revela ser bissexual a revista: ‘Estou me assumindo porque estou exausta’

Afastada das novelas, Alessandra Maestrini resolveu assumir ser bissexual em entrevista à revista “Caras” que chega às bancas na próxima quarta-feira. A ruiva, que ficou famosa pelo papel de Bozena em “Toma lá dá cá”, escreveu um texto no qual explica por que decidiu expor sua orientação sexual.

“Sou artista, boa parte dos meus amigos é artista, ‘mente aberta’ como eu, a imprensa sempre me trata com o carinho e discrição que eu gostaria e, ainda assim, eu estou exausta. Exausta de não me sentir amada incondicionalmente. Exausta de não me permitir amar e ser amada como devo e como mereço. Exausta de me sentir rejeitada e, é claro, especialmente por mim mesma. Exausta de assumir uma posição superficial sobre tantos assuntos para ‘não me expor’”, escreve ela, elencando as razões de sua decisão.


No artigo, a atriz explica que decidiu contar a verdade porque sentia incômodo de esconder algo de que deveria se orgulhar. Ela conta que já omitiu romances com outras mulheres por temer a reação das pessoas. “Por isto que sempre que alguém me perguntava em entrevistas se eu estava solteira ou namorando, como costumeiramente eu estava sempre namorando alguma mulher que não só não queria se assumir como, boa parte das vezes, apesar de já estar há meses me namorando e declaradamente apaixonada dizia ‘não se considerar gay’ eu respondia: ‘Estou feliz.’ E imediatamente ficava orgulhosa do drible elegante… e drenada por sublinhar mais uma vez minha cumplicidade à escolha de envergonhar-me de ser quem sou e de viver o que vivo. Boa parte das vezes, a melhor maneira de piorar um problema é contorná-lo ou, mais objetivamente, fingir que ele não existe”, acrescenta. “A cada esquina que viro, pessoa que conheço, desde o fã que me cumprimenta até o médico com quem me consulto tenho que me perguntar se tal pessoa é confiável e/ou compreensiva o suficiente para que eu possa me expressar sem camuflar o fato de que sou bissexual”.Alessandra Maestrini encerra explicando que cansou de fingir ser o que não era: “As pessoas costumam assumir o seu amor e não a sua sexualidade. Não as julgo. Mas eu aqui estou me assumindo, não porque esteja apaixonada e nem mesmo porque esteja procurando um amor para o momento. Não é o caso, definitivamente. Estou me assumindo porque estou exausta. Pra mim já deu”.Paulista de Sorocaba, Alessandra Maestrini tem 37 anos e construiu a carreira em musicais. Ela foi destaque em produções como “A Ópera do Malandro”, “Rent” e “7”. Na TV, além de “Toma lá da cá”, ela fez três novelas _ a única que participou integralmente foi “Tempos modernos”, em 2010. Recentemente, ela participou do quadro “Correio feminino”, do “Fantástico”.
2013_656218109-2013101878894.jpg_20131018Fonte: Globo

+ sobre o tema

Afirmando identidades para a saúde integral

II Seminário Nacional de Lésbicas Negras e Bissexuais, SENALE...

Mulheres escravas, um drama cultural, por Valéria Diez Scarance Fernandes

(O Estado de S. Paulo, 25/02/2015) A escravização de mulheres...

Primeira juíza muçulmana e afro-americana dos EUA encontrada morta no rio Hudson

Sheila Abdus-Salaam tinha 65 anos. Corpo foi retirado da...

para lembrar

Nova-iorquinos agora podem marcar “X” no gênero em documentos de identidade

Residentes de Nova York agora podem marcar “X” para seu gênero...

Conceição Evaristo vence Troféu Juca Pato de Intelectual do Ano

Pela primeira vez, o Troféu Juca Pato de Intelectual...

Quem são as juristas negras apontadas como possíveis nomes para ocupar a cadeira de Rosa Weber no STF?

Ellen Gracie Northfleet, Cármen Lúcia Antunes Rocha e Rosa Maria Pires Weber....

Aumenta violência “online” contra mulheres no Mundo

Mais de 70 por cento das mulheres que utilizam...
spot_imgspot_img

Beatriz Nascimento, mulher negra atlântica, deixou legado de muitas lutas

Em "Uma História Feita por Mãos Negras" (ed.Zahar, organização Alex Ratts), Beatriz Nascimento partilha suas angústias como mulher negra, militante e ativista, numa sociedade onde o racismo, de...

Ausência de mulheres negras é desafio para ciência

Imagine um mundo com mais mulheres cientistas. Para a Organização das Nações Unidas (ONU), isso é fundamental para alcançar a igualdade de gênero e...

Pesquisa revela como racismo e transfobia afetam população trans negra

Uma pesquisa inovadora do Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (Fonatrans), intitulada "Travestilidades Negras", lança, nesta sexta-feira, 7/2, luz sobre as...
-+=