Como inserir a cultura negra na educação brasileira?

Como prova da valorização da cultura e da música negra no Brasil, de 10 a 13 de abril, a FEUSP (Faculdade de Educação da USP) vai realizar o ciclo de palestras “Culturas Jovens – Afro-Brasil América: Encontros e Desencontros”, no SESC Pinheiros, em São Paulo. O congresso vai discutir e debater questões relacionadas ao hip-hop, incluindo como ele tem um papel essencial na formação de muitos jovens.

Divulgação/FEUSP

Os debates contam com presenças importantes do cenário negro. O DJ e produtor musical DJ Hum vai falar sobre O Hip Hop e o mercado no mesmo dia que King Nino Brow conta a história do movimento hip-hop a partir da fundação da Zulu Nation. Quem também marca presença é Nelson Triunfo, que vai falar sobre a importância da cultura nos trabalhos sociais e na educação.

O objetivo principal do ciclo de debates é mostrar como o hip-hop atual está relacionado com um passado de questionamento. Os negros já clamavam pela liberdade e pelo reconhecimento desde a época em que se escondiam nos quilombos. Luta que foi fortificada pelo movimento black power, que surgiu nos EUA e alcançou pessoas de todo o mundo. O hip-hop dá continuidade ao questionamento: as letras de rap são, muitas vezes, o único meio que esses jovens têm de denunciar a desigualdade e exigir tudo aquilo que vêm sendo negado ao povo brasileiro, principalmente aos negros.

A partir do momento em que se admite que determinada cultura é importante, vale pensar em como inseri-la no cotidiano da população. Os estudiosos da FEUSP acreditam que a forma é a educação. No encontro, eles vão instaurar uma discussão sobre como instaurar a cultura do hip-hop na educação brasileira. É a partir dessa inserção que crianças e jovens vão conhecer a verdadeira essência dessa cultura que tem muita história e valor. Levar esse tema para a universidade já é o primeiro de muitos passos que ainda virão.

 



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Prazo de inscrições dos resumos: 26/03/2012

Prazo para entrega dos trabalhos completos: 10/04/2012

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Ementa / Resumo

O Colóquio Internacional – Culturas Jovens: Afro-Brasil América pretende instaurar um espaço de debate sobre o tema apoiado no conceito de telescopia histórica. O hip hop, com seu apelo universal, cada vez mais marcado pelo policulturalismo e pelo hibridismo, exerce um papel essencial na formação dos jovens, auxiliando-os a compreender o mundo em que vivem. Além de ter gerado muitas ocupações, criou uma forma de comunicação entre culturas distintas. É, ainda, caudatário de uma longa e extensa luta política dos afro-americanos pelos direitos civis e de afirmação étnica do movimento Black Power, que inaugura, entretanto, uma nova forma de militância com ênfase na dimensão cultural, culminando em uma movimento multinacional e agregador no mundo inteiro.A menção aos quilombos no rap brasileiro põe em ação o que Béthune (2003) chamou de telescopia histórica: atualizar no presente um clamor do passado, ou seja, o desejo de liberdade e de reconhecimento, que hoje se traduz pelo caráter crítico-destrutivo de suas letras e de afirmação étnico-social, denunciando a desigualdade e exigindo tudo aquilo que vem sendo negado ao povo brasileiro, particularmente aos afro-descendentes. Um fenômeno da cultura, que em sua intersecção local com a ordem mundial, permite ressignificar identidade, cultura e territorialidade dos renegados desse mundo globalizado. Esgotada a via política de transformação, o reggae e depois o rap promoveram uma nova revolução –- a cultural – sempre fazendo apelo às raízes.

Eixos do Colóquio

Os principais eixos que nortearão o debate serão

1º dia: O hip-hop: Cultura jovem, história e resistência

2º dia: Formação, identidade cultural e musicalidade

3º dia: Telescopia histórica: cultura afro-popular e movimento negro

Responsáveis (da FEUSP) pelo Evento

Comissão organizadora:

Profa. Associada Mônica do Amaral [Presidente da Comissão]

Profa. Associada Carmem Sylvia Vidigal Moraes (FEUSP)

Profa. Dra. Flávia Inês Schilling (FEUSP)

Vinicius Puttini (Pesquisador da FEUSP)

Raquel Martins (Pesquisadora Bolsista da FAPESP)

Luciana Dadico (Doutora pelo IPUSP)

Djalma de Leite (Pesquisador Bolsista da FAPESP)

Cláudia Dias Prioste (Doutoranda pela FEUSP)

Tatiana Karinya Rodrigues (Mestre pela FEUSP)

Ana Cláudia Florindo (Bolsista do Colóquio – Pró-Reitoria de Extensão)

Amanda Maramaldo Vieira (Bolsista do Colóquio – Pró-Reitoria de Extensão)

Pablo Pamplona (Pesquisador Bolsista da FAPESP)

Dra. Laura Granado (IPUSP)

Agnes Silva Ribeiro (IC-FEUSP)

Dra. Lourdes Carril (FFLCH)

Marco Antonio da Silva (Lab- Arte/FEUSP)

Thiago Batista (FEUSP)

Renata Spinelli

Dra. Ana Celina Vasconcellos (RJ)

Maurício Silva (UNINOVE)

Comissão Científica:

Profa. Associada Mônica do Amaral (FEUSP)

Profa. Associada Carmem Sylvia Vidigal Moraes (FEUSP)

Profa. Dra. Iray Carone (IPUSP)

Profa. Titular Maria Cecília Cortez Souza (FEUSP)

Profa. Dra. Flávia Inês Schilling (FEUSP)

Laura Granado (Doutora pelo IPUSP)

Luciana Dadico (Doutora pelo IPUSP)

Apoio Institucional:

Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo

Programa de Pós-Graduação em Educação da FEUSP

 

Fontes: Culturas Jovens e Viaduto Madureira

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