“How to Get Away With Murder”: a série de advogados que todo advogado não deveria ver. Por Kiko Nogueira

Enviado por / FontePor Kiko Nogueira, do DCM

YouTube video

Se houvesse um motivo apenas para ver “How to Get Away With Murder”, seria a atriz principal, Viola Davis, impecável no papel da promotora Annalise Keating, especialista em casos de assassinato e professora numa faculdade de Direito.

Mas há muitos outros.

A série, cuja primeira temporada está no Netflix, é uma montanha russa de reviravoltas em tribunais em que cada capítulo encerra uma surpresa. No centro da trama está a morte de uma cheerleader. O marido de Annelise, professor da moça, é um dos principais suspeitos.

Os assistentes dela são sete alunos, escolhidos entre os melhores na sala. Recebem um prêmio pelos resultados. A corrida em busca de provas lembra um reality show, em que uns pisam na cabeça dos outros para faturar o primeiro lugar.

Ninguém é o que parece ser — inclusive a heroína Annelise. O honesto Wes (Alfred Enoch, excelente) não é tão gente fina assim; a ambiciosa Michaela tem esqueletos no armário do futuro marido rico; a sincera Laurel é tão sincera quanto a mulher de Eduardo Cunha.

Cada episódio traz um caso diferente, enquanto cenas em flashback mostram os probos meninos de Annelise tendo de lidar com um corpo queimado numa fogueira, o grande mistério do seriado.

Viola Davis ganhou o Emmy pelo papel. Fez um discurso belíssimo sobre negros e oportunidades. É uma daquelas intérpretes sobre as quais você se pergunta como é que não fez mais filmes. (Para refrescar a memória, ela foi indicada para o Oscar de coadjuvante por “Histórias Cruzadas”).

Carismática, arrogante, ela manipula seus estudantes. Todos os futuros advogados querem agradá-la e fazem de tudo — tudo — para que ela reconheça seus esforços. As sequencias em que Annelise/Viola tira a maquiagem e se transforma em uma figura vulnerável são de deixar Meryll Streep no chinelo.

“How to Get Away With Murder” tem a marca da produtora e roteirista Shonda Rhimes, a primeira mulher a emplacar três séries no horário nobre da TV americana: “Grey’s Anatomy”, “Scandal” e “HTGAWM”.

Sanguínea, Shonda respondeu a uma matéria sobre sua predileção por “elencos étnicos” na lata: “O artigo é tão ignorante que vou ignorá-lo”. Volta e meia encrenca também com ativistas de movimentos raciais (ela é negra).

Shonda gosta de dizer que suas histórias podem até não fazer sentido, “mas nunca são entediantes”. “How to Get Away With Murder” é a prova cabal disso.

+ sobre o tema

Mostra em São Paulo celebra produção de cineastas negros no Brasil

Uma seleção de filmes brasileiros realizados por cineastas negros...

O dia em que os deputados brasileiros se negaram a abolir a escravidão

Se dependesse da vontade política de alguns poucos, o...

para lembrar

Mostra em São Paulo celebra produção de cineastas negros no Brasil

Uma seleção de filmes brasileiros realizados por cineastas negros...

O dia em que os deputados brasileiros se negaram a abolir a escravidão

Se dependesse da vontade política de alguns poucos, o...
spot_imgspot_img

Feira do Livro Periférico 2025 acontece no Sesc Consolação com programação gratuita e diversa

A literatura das bordas e favelas toma o centro da cidade. De 03 a 07 de setembro de 2025, o Sesc Consolação recebe a Feira do Livro Periférico,...

Mostra em São Paulo celebra produção de cineastas negros no Brasil

Uma seleção de filmes brasileiros realizados por cineastas negros ou que tenham protagonistas negros é a proposta da OJU-Roda Sesc de Cinemas Negros, que chega...

O dia em que os deputados brasileiros se negaram a abolir a escravidão

Se dependesse da vontade política de alguns poucos, o Brasil teria abolido a escravidão oito anos antes da Lei Áurea, de 13 de maio de...