MEC lança programa de bolsas para aluno do ensino médio virar professor

Objetivo é formar docentes em matemática, física, química e biologia.
‘Não tenho como obrigar o jovem a virar professor’, diz ministro

Divulgação

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, oficializou nesta quarta-feira (18) o lançamento do programa “Quero ser cientista, quero ser professor”, que vai dar bolsa de R$ 150 aos alunos do ensino médio de escola pública como incentivo para que eles sigam carreira nas áreas de exatas e biológicas e se tornem professores. Mercadante já havia anunciado o programa na semana passada, durante a abertura do Congresso Todos pela Educação, em Brasília.

No primeiro ano serão contemplados 40 mil alunos. O Ministério da Educação pretende ampliar este número para 100 mil estudantes. As bolsas serão concedidas a partir de fevereiro de 2014.

A iniciativa tem como objetivo estimular o gosto dos jovens pela matemática, física, química e biologia. O ministro explicou que a demanda por vagas em cursos nessas áreas é “muito baixa, em torno de 3% de matrículas apenas” e que, enquanto tem crescido para engenharia, ela segue igual para matemática, física e química.
Mercadante ressaltou que a bolsa é um estímulo, mas que não há garantias de que no futuro o aluno beneficiado vá se tornar um professor de uma dessas áreas. “Não há garantia de que serão professores”, afirmou. “Não posso obrigar um aluno de 16 anos a seguir a carreira docente. O espírito é estimular a vocação para a ciência, entrar no laboratório de física, química,, e participar de seminários de matemática. Com isso vai despertando o sonho. É um vírus que entra e não sai mais.”

Segundo o MEC, o investimento inicial será de R$ 54 milhões no primeiro ano. As bolsas serão fornecidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Alunos premiados em olimpíadas estudantis ou que participam do Programa Ensino Médio Inovador terão prioridade para receber a bolsa. “No contraturno, os alunos vão fazer pesquisa e terão apoio de professores universitários”, disse o ministro. “Eles vão visitar laboratórios de física, química, vão fazer pesquisa em matemática e biologia para desenvolver o talento e estimular a vocação para áreas em que o Brasil ainda tem demandas abaixo do que precisa.”

Além de incentivo financeiro, o governo também pretende preparar materiais didáticos que estimulem o interesse dos alunos por matemática, física, química, biologia e astronomia. Chamado de Aventuras na Ciência, o material, segundo o MEC, será produzido por cientistas brasileiros.

 

 

Fonte: G1

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