“Pedagoginga, Autonomia e Mocambagem” Allan da Rosa lança livro sobre educação popular nas periferias de São Paulo

Após três anos e oito cursos, educador defende um movimento social educativo com a valorização da cultura negra nas escolas  

Por Igor Carvalho

Um dos cursos foi “Caminhos africanos, giros afrobrasileiros”, de novembro de 2009 (Foto: Divulgação)

 

 

“Pedagoginga, Autonomia e Mocambagem”, livro do educador, escritor, capoeirista e colunista deFórum, Allan da Rosa, será lançado na Ação Educativa, nesta quinta-feira (5), às 19h. A publicação traz uma reflexão do autor sobre os três anos em que desenvolveu e difundiu educação popular nas periferias de São Paulo, “focados na vivência negra de ontem, de hoje e a do futuro que fazemos”.

O livro tem curadoria da escritora e crítica literária Heloísa Buarque de Hollanda, que também assina o prefácio da publicação, que será distribuída pela Aeroplano Editora.

Allan apresenta, em seus cursos, o “ensino de história e de cultura de matriz afro, cultura que o povo negro pôs a rodar pela necessidade de sobrevivência”, mas que segue afastada da educação formal, nas escolas do país, apesar da Lei 10.639, que completa dez anos que surgiu com o intuito de modificar esse cenário.

A Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que versa sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas, é uma conquista histórica, para Allan da Rosa. “É um 13 de maio. Foram séculos e décadas de pressão e construção autônoma do movimento negro, seja nos terreiros ou nas garagens, isso que fomentou o governo a assinar essa lei em 2003. Precisa funcionar, um dos motivos desse livro é esse, mas que ela não funcione apenas no contexto escolar, mas nas experiências autônomas nas periferias.”

Allan defende um “movimento social educativo”, calcado nas “nossas memórias, tradições e desejos” que vogue entre o “estético e o político”. Nesses moldes, o próprio educador construiu, durante três anos (2009-2012) oito cursos autônomos e 44 encontros. É justamente essa experiência que é relatada no livro.

Os cursos são descritos na publicação e Allan espera que encontre eco nos guetos brasileiros. “Que o livro firme o movimento de educação ao movimento cultural das periferias, que precisa ter mais reflexão e menos espetáculo.”

Serviço:

Local: Ação Educativa
Endereço: R. Gen. Jardim, 660 – Vila Buarque (Metrô República)
Data: 05 de setembro (quinta-feira)
Horário: 19h 

Local: Sarau do Binho, no Teatro Clariô
Endereço: 
Rua Santa Luzia, 96 – Taboão da Serra
Data: 
09 de setembro (segunda-feira)
Horário: 
20h

 

 

Fonte: Revista Fórum

+ sobre o tema

para lembrar

LIVE – A educação de meninas negras em tempos de pandemia: o aprofundamento das desigualdades

Geledés Instituto da Mulher Negra realizará na próxima quarta-feira...

A escola brasileira como projeto de país

Pelos 8,5 milhões de quilômetros quadrados do Brasil cabem...

Aluna de medicina condenada por fraude em cotas é expulsa da Uesb

Decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado de...

Ministro rebate auditoria do ProUni que aponta 260 mil vagas ociosas

Por: Priscilla Mendes Tribunal de contas fez relatório; Haddad diz...
spot_imgspot_img

Geledés participa do I Colóquio Iberoamericano sobre política e gestão educacional

O Colóquio constou da programação do XXXI Simpósio Brasileiro da ANPAE (Associação Nacional de Política e Administração da Educação), realizado na primeira semana de...

Aluna ganha prêmio ao investigar racismo na história dos dicionários

Os dicionários nem sempre são ferramentas imparciais e isentas, como imaginado. A estudante do 3º ano do ensino médio Franciele de Souza Meira, de...
-+=