Professoras mandam ‘pacotinho de amor’ para famílias e alunos da educação infantil

Artigo produzido por Redação de Geledés

Diante da necessidade de continuar o atendimento aos bebês e crianças da unidade escolar em meio ao isolamento social provocado pelo novo coronavírus (acesse a cobertura especial) e a realidade vivida pelas famílias atendidas pelo CEI (Centro de Educação Infantil) Vila Inglesa neste ano, resolvemos nos fazer presentes nas casas das crianças de uma forma diferente: o pacotinho de amor.


Clube Porvir: Saiba como avaliar conhecimentos em tempos de pandemia
Clique aqui e assine


A ideia surgiu durante uma reunião pedagógica online, em que professoras relatavam as dificuldades em lidar com a nova rotina. Uma das educadoras comentou que algo que a deixa feliz é receber livros e encomendas pelo correio. E contou que fica bastante ansiosa quando está para receber esses artigos e, geralmente, quando eles chegam, é uma festa em sua casa, pois fica encantada com todo o carinho com que as pessoas realizam os embrulhos.

Pensando em levar um pouco desse sentimento de alegria e nos mostrar mais próximos das famílias, resolvemos que faríamos um teste, enviando encomendas inicialmente para uma das turmas da unidade. Escolhemos a turma da professora que sugeriu a ideia para dar início ao processo. As professoras se organizaram com toda a segurança para buscar material na escola e confeccionaram diários, para que as crianças e famílias pudessem registrar seus momentos nele. Enviaram, também, pedaços de tecido, pois as crianças do grupo gostam muito de brincar com esse material e criar narrativas impressionantes.

O pacote para cada família incluía ainda uma carta para cada criança, com educadores parabenizando aquelas que fizeram aniversário, dizendo que estão com saudades e que todos vamos nos encontrar logo. E tinha mais: também junto uma fotografia da criança brincando na unidade, para que elas pudessem se lembrar desses momentos agradáveis vividos no CEI. Todo esse processo de elaboração dos presentes foi filmado e fotografado.

As entregas foram realizadas por motoboy e respeitaram todas as medidas de segurança. Pretendemos estender essa proposta às demais turmas, mas por conta da necessidade de organização financeira isso será feito aos poucos. Cada uma receberá coisas que lhe são significativas, pois os alunos têm sua própria característica e isso é algo que prezamos muito.

Nem todas as famílias que receberam o pacote nos enviaram devolutivas. O acesso à internet e aos meios digitais é limitado, pois muitas vezes elas contam apenas com um único aparelho celular, que é compartilhado por todos os integrantes da residência. Tínhamos a esperança de mostrar, com esse gesto, que as famílias têm na escola uma parceria, evidenciando que fazemos parte da rede de apoio de cada uma.

No desejo de que possamos sair fortalecidos desse momento delicado pelo qual passa a sociedade, temos a crença de que compartilhando e discutindo não perderemos os princípios e as bases de uma educação infantil cada vez mais humana e acolhedora.

* Projeto em parceria com a diretora Cristiane Nara Prado e as professoras Patrícia Araújo e Daniella Campilongo

+ sobre o tema

“Uma OAB antirracista é a que assegura a participação de 30% a advogados negros e advogadas negras”

André Costa, advogado e consultor especializado em direitos políticos e...

Fábrica de revelações – Futebol Brasileiro

A semifinal entre Palmeiras e São Paulo, dia 07/04,...

para lembrar

Quilombolas do Rio Grande do Sul pedem socorro para receber alimentos

“Os alimentos não estão chegando às comunidades quilombolas. Estamos...

“Foi o nosso pedido e a parceria com a Luanda que possibilitou a cidadania de Benim à Sueli Carneiro”

Geledés - Como surgiu a ideia de fazer um filme sobre as experiências de mulheres pretas ressignificando as rotas originais do tráfico de escravos...

O emblemático caso do jovem Robson, morto pela ditadura, está aberto ao público. O que isso significa em tempos de genocídio da população negra?  

O desarquivamento do emblemático processo judicial de Robson Silveira da Luz no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, neste dia 31 de...

Casa Amarela – cultura e resistência

A Casa Amarela Quilombo Afroguarany é uma ocupação-sociocultural, voltada para cultura negra e indígena, localizada na rua da Consolação, em São Paulo. Conheça mais sobre...
-+=