A agência de classificação de risco Fitch avaliou nesta terça-feira que o crescimento dos mercados emergentes em 2015 ficará pouco alterado em relação a este ano, com o Brasil apresentando uma recuperação lenta.
Do: DCM
De acordo com o relatório Cenário 2015: Soberanos, entre as maiores economias emergentes a Fitch vê o crescimento da China desacelerando e a Rússia entrando em recessão.
“Cenários positivos e negativos sobre ratings soberanos globais estão mais equilibrados do que no final de 2013. Perspectivas negativas estão agora concentradas em mercados emergentes”, disse a Fitch, explicando que isso reflete parcialmente os efeitos apresentados pelos preços mais baixos do petróleo e perspectiva de taxa de juros mais alta nos Estados Unidos.
Para a agência, o crescimento global irá recuperar algum ritmo em 2015, mas a visão da Fitch sobre o cenário econômico enfraqueceu desde setembro. “A melhora do crescimento será conduzida por uma boa economia dos EUA”, disse a Fitch, destacando que a zona do euro irá melhorar, mas ainda terá expansão fraca no próximo ano.
A economia dos EUA, na avaliação da Fitch, está se recuperando, aumentando a demanda global, mas ficando mais próxima da primeira alta na taxa de juros e levando ao fortalecimento do dólar. A agência projeta que o início do aperto monetário será em meados de 2015, com a taxa básica de juros chegando a 2 por cento até o final de 2016.
Por sua vez a China está entrando, na visão da agência, em um período de ajustes estruturais após anos de crescimento alimentado por investimentos.
“Isso irá se manifestar em crescimento real do PIB mais lento tanto na China quanto em seus parceiros comerciais, incluindo exportadores de commodities que não petróleo em mercados emergentes.”
Para o país asiático, a solução do problema de dívida será crucial para determinar a trajetória de seu rating.
Os mercados emergentes, por sua vez, especialmente os dependentes de exportações de commodities, terão dificuldades para melhorar os fundamentos de forma suficiente para justificar elevações de ratings, sendo que alguns correm o risco de rebaixamento.
A Fitch cita como particularmente expostos diante da forte queda dos preços do petróleo desde meados de 2014 exportadores de petróleo com classificação mais baixa como Venezuela, Nigéria e Barein.
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