Em matéria na sua coluna de ontem em O Globo, de título “Joaquim Barbosa: Fora do Eixo”, o jornalista Ricardo Noblat, ao mesmo tempo em que alude ao empenho de Barbosa no julgamento da AP 174, desanca o ministro, condenando-lhe a forma como se comporta. Em suas palavras, uma postura de “soberba” e “autoritarismo”, acrescentando que, na opinião de juristas “que preferem não se identificar”, faltaria a Joaquim “grande conhecimento de assuntos de direito”. Noblat referia-se ao bate-boca entre os ministros Joaquim e Lewandowski.
Temos aí não só a reprovação de Noblat à forma como o ministro Barbosa se conduz no STF como a desqualificação da sua (do ministro) competência jurídica, o que, aliás, atribui a outrem, anônimos.
Bem, quanto à postura do ministro Barbosa, há que reconhecer que o mesmo apresenta-se irritadiço e impaciente. E mostra, em seu desfavor, não ser versado em mesuras cínicas, como se espera de alguém com a sua posição. No que tange à sua competência jurídica, no entanto, é incompreensível a conclusão de Noblat. Ora, contra uma plêiade de advogados brilhantes, Barbosa fez prevalecer as suas teses e argumentos jurídicos, no que foi acompanhado pela maioria dos ministros do STF. Pergunta-se: faltaria também aos demais ministros do Supremo “grande conhecimento de assuntos de direito”?
Entro agora no meu ponto. Por que Noblat atribuiu as posições de Barbosa ao fato de ele ser negro? Ele afirma: “Para entender melhor Joaquim acrescente-se a cor – sua cor. Há negros que padecem do complexo de inferioridade. Outros assumem uma postura radicalmente oposta para enfrentar a discriminação”. Enfim, digo eu, racismo in natura. Não sabia que Noblat, além de jornalista, era psicólogo. O que que é isso, companheiro?
Fonte: Jorge da Silva