Salvador (Brasil) – Entidades do movimento social tornaram público hoje, através das redes sociais, um documento no qual pedem providências urgentes à situação de violência a que estão submetidas as populações dos bairros pobres de Salvador, sob ameaça de morte por parte de policiais, dirigida principalmente a seus líderes que tem denunciado o assassinato de um grande número de jovens, negros, na comunidade.
As entidades acusam a polícia de bases comunitárias (UPPs) de estar ameaçando ativistas de direitos humanos e do movimento negro de Salvador, citando especificamente um membro da campanha “Reaja ou será morto” , que teve recentemente sua casa invadida sob a alegação de que haviam recebido uma denúncia anônima (ver aqui artigo assinado por Jair Silva e publicado pela alaiONline sobre o assunto)
O documento relata que, no último domingo (28/10) policias da viatura 15 x 17 comentaram entre seus colegas de fardas que, se algum tipo de punição acontecer por conta de denúncias feitas na Corregedoria de Policia e do Ministérios Público, vai haver vingança, com a retirada da vida de ativistas e de moradores da comunidade militarizada do Bairro da Paz, ironicamente um dos bairros que lideram em índices de violência.
O documento diz ainda que as ameaças decorrem por conta de denúncias protocoladas no Ministério Público sobre torturas, abusos, agressões , intimidações, homicídios e desaparecimentos, praticados pela polícia e ou por homens encapuzados sob a tutela de agentes do Estado.
O relatório ainda clama pela justiça em relação à vida do jovem Rodrigo dos Anjos Silva, 21 anos, assassinado no dia 13 de setembro deste ano a uma distância de 250 metros da Base Comunitária do Bairro da Paz.
Diante da gravidade da situação que se caracteriza como uma transgressão da polícia baiana aos direitos humanos, o Conselho de Comunicação e Políticas Públicas da Metrópole de Salvador, Compop, emitiu uma nota para as listas de discussão solicitando sugestões para orientar as ações do órgão e dos movimentos sociais na defesa dos direitos humanos e na interlocução com o governo federal, do Estado e municípios.
Por conta da situação tensa e para proteger seus líderes, a alaiONline não divulgará o relatório. As entidades que assinam o documento são: Anistia Internacional, Organização Justiça Global, Mães de Maio, Rede de Comunidades de Combate a Violência, Posse Haussá / São Paulo, Fórum de entidades do Bairro da paz , Posse de Hip HOP Clã Periférico , Movimento Negro Unificado (MNU) , Posse de Conscientização em Expressão (PCE), Conselho de Moradores do Bairro da Paz , Ogum’s Toques Negros, ONG Renova, Instituto Apompaz e Atitude quilombola. | Por alaiONline. Fonte: Compop.
Fonte: alaiONline