‘Já me bateram até grávida’, diz mulher de camelô

Por: Felipe Resk

“Não é a primeira vez nem a quinta que isso aconteceu. É o de sempre. Já me bateram até quando eu estava grávida”, afirmou a vendedora ambulante Cláudia Silva Lopes, de 31 anos, mulher do camelô Carlos Augusto Muniz Braga, de 30 anos, que foi morto por um policial militar na tarde desta quinta-feira, 18, na Lapa, zona oeste da capital paulista. “Por que o governo coloca policial despreparado para lidar com pessoas? E agora como vou sustentar minhas três crianças?”, questionou Cláudia, que tem filhos de 4, 9 e 12 anos. Ela disse ainda que não a deixaram ver o corpo do marido.

O corpo do ambulante está no Instituto Médico Legal (IML) do Hospital das Clínicas (HC), na zona oeste de São Paulo, e vai ser levado para a cidade de Simplício Mendes, no Piauí, onde Braga nasceu. Segundo Cláudia, no entanto, ainda não há previsão para que o corpo seja liberado.

A ambulância demorou cerca de 20 minutos para prestar socorro e teve dificuldades para sair da Rua Doze de Outubro por causa do tumulto, informou a esposa do camelô. De acordo com ela, Braga não estava trabalhando na hora da confusão. Ele ia buscar um dos três filhos na escola quando viu outro vendedor ambulante imobilizado por policiais.

Após o disparo, ela o acompanhou na ambulância até o HC, onde foi informada da morte do marido. “Me trouxeram uma sacola com as coisas dele: o par de sapato, as meias, o colar… Mas falaram que eu precisava prestar depoimento antes de ver o corpo.”

Cláudia conta que foi encaminhada para o 91º Distrito Policial (Ceasa) para registrar um boletim de ocorrência. Na delegacia, os policiais teriam dito para ela se dirigir ao 94º DP (Moema). “Mandaram a gente de lá para cá”, disse. Segundo afirma, só conseguiu sair da delegacia às 2h.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP) afirmou que o PM foi preso em flagrante na noite desta quinta-feira pelo batalhão a que pertence, o CPAM-5, e que foi igualmente autuado em flagrante pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) na madrugada desta sexta-feira, 19.

O policial já está no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte da capital paulista.

A SSP/SP declarou que o caso é apurado tanto pela Corregedoria da PM quanto pela Polícia Civil e disse ainda que “não compactua com desvio de conduta de policiais”.

Fonte: Uol

+ sobre o tema

Crispim Terral denuncia caso de racismo em banco de Salvador

Crispim Terral denunciou nas redes sociais, nesta segunda-feira, 25,...

ONU faz apelo pela ‘erradicação do racismo’ no Dia Internacional dos Afrodescendentes

O Dia Internacional das Pessoas Afrodescendentes “é um apelo...

Quero ser Madonna

  E o Omi-DùDú faz campanha de arrecadação...

Ideli propõe criação de fórum para discutir igualdade racial no Mercosul

Monica Yanakiew A ministra de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, propôs nesta sexta-feira...

para lembrar

A vingança dos ancestrais – parte II: De saída

O ex-senador Demóstenes Torres disse aos poucos amigos que...

Cartilha racista da Polícia Militar do DF: Assaltante=negro, vítima=branco

por Conceição Lemes A cartilha racista "Previna-se contra furto e...

SONY terá conta refeita em condenação por música de Tiririca

Mais uma vitória dos afrodescendentes no Brasil! Sony terá...
spot_imgspot_img

PM afasta dois militares envolvidos em abordagem de homem negro em SP

A Polícia Militar (PM) afastou os dois policiais envolvidos na ação na zona norte da capital paulista nesta terça-feira (23). A abordagem foi gravada e...

‘Não consigo respirar’: Homem negro morre após ser detido e algemado pela polícia nos EUA

Um homem negro morreu na cidade de Canton, Ohio, nos EUA, quando estava algemado sob custódia da polícia. É possível ouvir Frank Tyson, de...

Denúncia de tentativa de agressão por homem negro resulta em violência policial

Um vídeo que circula nas redes sociais nesta quinta-feira (25) flagrou o momento em que um policial militar espirra um jato de spray de...
-+=