Resultados da pesquisa Sergio Ricardo denuncia violência de PMs no Vidigal

O músico, pintor e cineasta Sergio Ricardo, 83, morador da Favela do Vidigal, escreveu artigo denunciando uma dupla de policiais militares, apelidados pelos moradores de “Patati e Patatá”, que segundo relatos recebidos por ele tem “espalhando terror aos tapas” e invadido lares: “A população está sendo tratada como se fossem marginais, crianças são interrogadas aos tapas até provar que não são aviões de droga, daí a um rosário de abusos aterrorizando os moradores mais humildes que não sabem mais o que fazer. Abandono tem limites. Se eles constituem a ala rejeitada da sociedade capitalista, nem por isso têm que ser tratados como bichos, ou como bandidos”, afirma.

Por Sergio Ricardo Do Brasil247

Parto do princípio que a sociedade brasileira não se constitui somente dos privilegiados e que os menos favorecidos nao tenham que arcar com o sacrifício do terror do abandono e achincalhe como estão vivendo os habitantes do bairro próximo do Largo do Santinho, na favela do Vidigal. Os moradores não podem sair nem chegar à suas casas após as oito da noite, porque invariavelmente são abordados por policiais, basicamente a dupla “Patati e Patatá”, espalhando terror aos tapas e invasões de lares.

Até que se prove a inocência, a população está sendo tratada como se fossem marginais, crianças são interrogadas aos tapas até provar que não são aviões de droga, daí a um rosário de abusos aterrorizando os moradores mais humildes que não sabem mais o que fazer. Abandono tem limites. Se eles constituem a ala rejeitada da sociedade capitalista, nem por isso têm que ser tratados como bichos, ou como bandidos.

A agressão à dignidade que lhes resta para enfrentar com trabalho, ainda de escravos, merece pelo menos o respeito e a atenção das autoridades e da sociedade, quanto mais não seja, pela mão de obra que lhes cabe neste latifúndio chamado Brasil.

Que na pior das hipóteses os senhores “Patati e Patatá” (nome que lhes dão os moradores) sejam substituídos enquanto prosseguir a caça às raposas do tráfico, cujo resquício garantem existir. A medida se faz premente pela perspectiva de uma reação que já está contaminando a paciência dos habitantes de toda a favela. Como a desse que vos fala. Está faltando inteligência estratégica e humana para resolver um problema que não compete ao trabalhador braçal oferecer solução. Não é o roto que tem que pagar pelo esfarrapado.

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