Ibase repudia ação policial que matou cinco jovens no Rio de Janeiro

Cinco jovens entre 16 e 25 anos foram mortos neste domingo (30) por policiais do 41ºBPM de Irajá. Além das mortes, soma-se a denúncia de que os policiais tentaram alterar a cena do crime para forjar a existência de um confronto. Esse tipo de crime infelizmente tem se tornado rotina no Rio de Janeiro, especialmente nas favelas e nas áreas mais pobres da cidade, e denunciam uma total falência da política de Segurança Pública do Estado.

Do  Ibase

Enquanto os discursos do Secretário de Segurança e do Governador classificam o ocorrido como um caso isolado causado por erro ou exagero dos policiais envolvidos, o que pode se notar é que a forma rotineira como jovens negros e moradores das favelas e da periferia da cidade tem sido mortos escancaram um problema político grave. Mortes comos a dos cinco jovens já foram vistas na Maré, no Alemão, na Providência e em outras áreas. A repetição de acontecimentos desta ordem parece inclusive criar um mecanismo de naturalização em que a indignação da sociedade vai ficando rouca e com dificuldade de se manifestar diante do horror que vivenciamos.

Além de repudiar a ação que ocasionou essas mortes, o Ibase faz questão de fazer expor a todos os setores da sociedade e também aos governantes a urgência de tratarmos as seguidas mortes causadas pelo Estado como um problema de ordem política e que exige medidas sérias e profundas nas estruturas de nossas instituições para que novas vidas não sejam perdidas. As consequências de se manter a aposta numa política que nitidamente está fora de controle e ameaçando milhares de vidas podem ser ainda mais trágicas do que a realidade atual. Quando o alvo mais comum são os jovens, e na maioria dos casos os jovens negros, vale a pena a analogia com uma frase que Betinho marcou em sua trajetória militante: “Quando uma sociedade deixa matar crianças é porque começou seu suicídio como sociedade.”.

Vale lembrar que esta não é nossa primeira nota em 2015 que repudia a ação violenta do Estado, um péssimo sinal sobre os rumos da Segurança Pública no Rio de Janeiro.

Equipe Ibase

+ sobre o tema

para lembrar

spot_imgspot_img

Negros são maioria entre presos por tráfico de drogas em rondas policiais, diz Ipea

Nota do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que negros são mais alvos de prisões por tráfico de drogas em caso flagrantes feitos...

Um guia para entender o Holocausto e por que ele é lembrado em 27 de janeiro

O Holocausto foi um período da história na época da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando milhões de judeus foram assassinados por serem quem eram. Os assassinatos foram...

Caso Marielle: mandante da morte de vereadora teria foro privilegiado; entenda

O acordo de delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos contra a vereadora Marielle Franco (PSOL), não ocorreu do dia...
-+=