Vilma Reis: As lutas que começam com aquelas que estão supostamente vencidas

por Vilma Reis para o Portal Geledés

Domingo é possível pensar com calma. Na cidade de Salvador, abandonada pela Prefeitura, contando com o silêncio mortal dos nossos supostos aliados, que nada tem a dizer sobre as ausências, nos lembra as palavras de Cuti no meio da semana para Ferreira Gullar. É isso, aqui a revolta de alguns partidos ditos de esquerda foi somente para galgar o poder, eles nada tem a dizer sobre a miséria de todos os dias, ao contrário, os assassinos de nossos sonhos comem a mesa com antigos indignados. Mas nós estamos atentas, e a nossa revolução não será de fácil leitura para aqueles que, de propósito, ignoram as lições que partilhamos politicamente no cotidiano.

Hoje pela manhã ao passar pelo bate estaca, no bairro do Uruguai, era tudo lixo ao longo da avenida, e vidas, muitas vidas ignoradas em milhares de casas, sem lazer, sem serviços, e a pergunta, quem são nossos aliados para confrontar o aventureiro político do prefeito de Salvador?

A cidade sangra enquanto o palácio de Ondina quer que aceitemos as migalhas que caem da mesa. A cidade sangra enquanto a creche para a menina preta linda não cabe no orçamento da prefeitura. O tempo nos instiga a agir como maioria nada menos, agir como maioria que somos. Que a energia da juventude do Congo, que esta semana informa que novamente tomará as ruas de Londres, nos inspire, pois somos feitas da mesma matéria revolta-raiz.

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Vilma Reis
Profa. Sociologia

Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias
Campus XXIII, UNEB – Seabra
Coordenação Colegiada do Programa CEAFRO

CEAO: Centro de Estudos Afro-Orientais – FFCH/UFBA

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