“Mataram tudo dentro de nós”: Menina de 11 anos conta como fugiu de casamento forçado

Menina de 11 anos conta, em vídeo, que fugiu de casa para não se casar: “Prefiro morrer”. Depoimento é anterior ao caso de outra garota de Iêmen, de 8 anos, que repercutiu durante a semana.

A menina Nada al-Ahdal, de apenas 11 anos, fugiu de casa com medo de ser obrigada a se casar tão jovem. Em um vídeo, contou sua história e denunciou a situação pela qual meninas de seu país precisam passar. Já foi vista mais de 8 milhões de vezes no YouTube.

Nas imagens (com legendas em inglês), ela diz ter conseguido resolver seu problema ao fugir de casa. Muitas garotas, porém, não conseguem. “Elas podem morrer, cometer suicídio ou qualquer outra coisa que vier em mente. São apenas crianças, o que elas sabem? Não tiveram tempo de estudar”, diz Nada. “Algumas crianças decidem se jogar no mar. Estão mortas agora. Isso não é normal para crianças inocentes.”

Ela conta que fugiu da casa dos pais à procura de um tio que a apoia, e apresentou uma queixa na polícia contra sua mãe. “Não tive vida, educação. Eles não têm nenhuma compaixão? Eu prefiro morrer”, afirma a menina no vídeo. “Eu não vou voltar a viver com eles. Eles mataram nossos sonhos. Mataram tudo dentro de nós.”

Em entrevista a jornalistas, a mãe disse que a família não tem intenção de que a menina se case. Ela acusou o tio de influenciar Nada, inventando “a história do casamento para conseguir com isso o apoio de organizações internacionais”.

A menina esteve sob cuidados da União Iemenita de Mulheres. A mãe pediu que as autoridades do Iêmen devolvam a filha.

Assista abaixo ao vídeo:

O depoimento de Nada al-Ahdal é anterior ao caso que repercutiu esta semana de uma outra garota do Iêmen, de apenas 8 anos, que teria morrido durante a lua de mel com o seu marido de 40 anos. Relatos indicam que a menina sofreu hemorragia a partir de um sangramento uterino.

A prática do casamento arranjado é muito difundida no Iêmen e tem atraído a atenção de grupos de direitos humanos internacionais que buscam pressionar o governo a proibi-los.

 

 

Fonte: Pragmatismo

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