A história de Maria Filipa, mulher negra que lutou contra colonizadores na Bahia e quase foi apagada da história

Enviado por / FonteG1, por Globo Repórter

Foi o pesquisador Felipe Peixoto Brito, estudando profundamente os arquivos da história nacional, que conseguiu confirmar a existência de Maria Filipa, uma guerreira do povo.

O Globo Repórter desembarcou na Ilha de Itaparica para falar com especialistas e conhecer melhor a história de Maria Filipa, mulher negra que lutou contra colonizadores portugueses na Bahia e quase foi apagada da história.

Os soldados que estão nos registros contra os colonizadores na Bahia eram militares ou comerciantes favoráveis a expulsão dos portugueses. O nome de Maria Filipa não aparece nesses registros.

Mulher negra e forte, enfrentou os invasores, e foi inspiração para que outras mulheres entrassem na luta.

Durante muito tempo, ela foi considerada uma invenção popular. Foi Felipe Peixoto Brito, estudando profundamente os arquivos da história nacional, que conseguiu confirmar a existência de Maria Filipa, uma guerreira do povo.

“No arquivo público da Bahia tem um documento depositado lá que é um processo judicial, onde uma mulher negra, da Ilha de Itaparica, aparece 12 anos depois da guerra da independência defendendo os seus diretos na justiça, mobilizando a sociedade itaparicana, juízes, promotores e procuradores para defendê-la num caso, onde um homem teria agredido sua filha e ela, prontamente, agrediu esse homem”, explica o pesquisador.

“Esse é só um dos registros que a gente já encontrou sobre ela. Há outros registros de batismo. Mas o que fica claro é que existem, sim, documentos sobre Maria Filipa. Faltou um pouco mais de interesse em buscá-los”, completa.

A professora e atriz, Ana Cláudia Souza, que interpreta Maria Filipa nas comemorações da independência, fala sobre o legado de Filipa.

“Vejo Maria Filipa representando todas as Marias e Itaparica, todas as marisqueiras, todas as mães. Amo fazer esse personagem”, conta.

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