Agora falando sério

Acho que estamos maduros para concluir que o fla-flu entre livro impresso e livro digital acabou no 0 x 0. As grandes livrarias exibem montanhas de livros com edições cada vez mais vistosas. O livros digitais seguem ganhando adeptos. Vida que rola. Há espaço para todo mundo, cada vez mais leitores transitam com naturalidade entre páginas impressas e páginas eletrônicas.

Por Fernanda Pompeu Do Yahoo

É certo que muitas crises floresceram. Pequenas livrarias não aguentaram o tranco. Até mesmo livrarias tradicionalíssimas fecharam as portas. Não só por conta da venda de livros pela internet, mas também pela força das grandes. Estas conseguem fazer descontos e atrair o público para espaços que oferecem atrações além-livro. Cafeterias elegantes, poltronas convidativas, iluminações inspiradas nos MacDonald’s. Mais do que lojas de livros, elas são uma “experiência” como está em voga dizer.

Também houve transformações radicais na relação dos escritores iniciantes com as editoras. Vinte anos atrás ou você passava na estreita peneira de uma grife editorial, ou partia para a sofrida “edição de autor”. Tirava do bolso para bancar o livro. Depois distribuía para os amigos (a maioria agradecia de coração, mas não lia suas páginas). Alguns viravam camelôs diferenciados perguntando nas filas de eventos culturais: Você gosta de poesia?

Caso o incauto respondesse por sinceridade ou pudor positivamente, você oferecia a sua obra. Muitas vezes por preço menor do que o de uma dúzia de bananas. Hoje o caminho é mais encorajador. Um escritor pode produzir com custo baixíssimo seu livro eletrônico e pôr para vender sem o constrangimento de pedir que comprem. Compra quem quer.

outro amadurecimento que mostra que continua em alta a demanda pelo sonho e o entretenimento. As ofertas explodem em quantidade e variedade se esparramando pelos velhos, novos e novíssimos canais. O gosto pelas histórias parece imortal.

Que importância tem se Romeu e Julieta do Shakespeare – escrita no século 16 – é lida em papel ou na tela do celular? Na minha opinião nenhuma. Gerações morrem, gerações nascem e a história daquele amor belo e trágico continua encantado. Assim será enquanto os leitores quiserem. Não é o objeto libro nem o dispositivo eletrônico que dão as ordens. É o prazer da leitura quem tudo comanda.

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