A depressão que acometeu Ubokobong Amanan Sunday não foi o único problema que ele teve que lidar quando perdeu dois dedos de sua mão durante uma festa de Réveillon, ao confundir uma bombinha com um rojão.
Sunday, que é negro, não conseguia encontrar próteses que fossem da mesma cor de sua pele.
“Confundi uma bombinha com um rojão. E explodi dois dos meus dedos. Fiquei deprimido. Minha família tentou encomendar próteses da Alemanha, mas elas não combinavam com a minha cor de pele”, diz.
Foi quando John, irmão mais velho de Ubokobong, teve uma ideia.
Ele havia trabalhado com efeitos especiais em filmes na Nigéria e usou sua experiência para criar uma nova mão para o seu irmão por conta própria.
“Uma mão africana e realista é importante no sentido de que é aceita, passa despercebida, segue oculta, porque ninguém consegue distinguir entre a prótese e a amputação”, diz John.
Ubokobong aprendeu aos poucos a usar sua nova mão.
Mas John não parou por aí. Ele mudou de carreira e começou um novo negócio para atender à demanda por diferentes próteses.
“Como artista iniciante, meu sonho sempre foi explorar o mundo, ser um grande artista, como Leonardo Da Vinci”, diz.
“Mas às vezes a própria natureza lhe dá oportunidades. Você se vê numa situação dramática e a única opção é enfrentá-la, desde que você tenha paixão”, acrescenta.
Para Ubokobong, seu irmão solucionou seu problema “que por sua vez o inspirou a solucionar o de outros amputados”.
“Tive que perder meus dedos para que outros pudessem ganhá-los”, conclui.