Jornal alemão repercute crime de policiais contra jovem em Manaus

 

O jornal alemão Welt, um dos mais conceituados da Alemanha, repercutiu o crime dos policiais militares flagrados por câmeras de segurança atirando em um jovem de 14 anos em Manaus em agosto do ano passado. O último acusado foi preso neste sábado (26).

O jornal mostra o vídeo, imagens de policiais militares em ação e destaca o fato de a vítima ser menor de idade e milagrosamente ter sobrevivido.

Na manchete, o Welt usa expressões como “imagens de horror de uma tentativa de execução no Brasil” e diz que o vídeo teve grande repercussão na internet e na imprensa brasileira.

Prisões

Na manhã deste sábado (26), o soldado Wilson Henrique Ribeiro da Cunha, último policial militar que restava dos sete denunciados que balearam um jovem de 14 anos à queima-roupa, ocorrido em 17 de agosto do ano passado foi preso. Por volta das 15h, ele foi levado para o batalhão onde os outros seis PMs estão detidos.

O policial era considerado foragido desde sexta-feira (25), quando o juiz Bismarck Gonçalves Leite decretou a prisão preventiva dele e dos outros seis. A Polícia Militar afirmou que Cunha estava de férias e, até antes de ser preso, não tinha sido encontrado na casa dele, que fica no conjunto Beija-Flor, bairro Cidade Nova.

Outro soldado foi detido na quarta-feira em uma boca de fumo. Janderson Nunes Ferreira tinha no bolso “pequena quantidade de cocaína”. Ele afirmou que a droga era para seu consumo. Um vídeo gravado por uma câmara particular mostra o rapaz sendo acuado e recebendo três tiros à queima-roupa.

Os sete militares foram flagrados por câmeras de segurança no local onde aconteceram os disparos. As imagens mostram um policial segurando um revólver. Em seguida, surge a vítima, quando começam as agressões e ameaças. O policial com a arma olha para o lado e depois atira no garoto. A vítima tenta escapar, mas o policial atira novamente.

Outro policial impede a execução. Um terceiro tiro teria sido disparado por alguém atrás de uma árvore. Ferido no peito e na barriga, o garoto é obrigado a caminhar até a viatura policial. O Ministério Público acusa a PM de saber do ocorrido e ignorar a ação dos policiais.

O comando da PM disse que só soube do crime após ver as imagens, em fevereiro. O procurador da Justiça João Sá Valente, no entanto, contesta a afirmação. Segundo ele, foi enviado um documento a PM informando do ocorrido. No boletim de ocorrência, os policiais envolvidos no caso disseram que foram recebidos a tiros, e por isso revidaram. Um dos policiais suspeitos deu depoimento e afirmou não ter visto nada, porque estava dentro do carro.
Fonte: R7

+ sobre o tema

A Ponte – Documentário sobre a periferia de São Paulo, com Mano Brown e Dagmar Garroux

Documentário sobre a periferia de São Paulo, com Mano...

Oito crianças indígenas morrem por diarreia no Acre

Índios da etnia Kaxinawá. Foto: pib.socioambiental.org O Ministério...

Um massacre cotidiano (2)

    No dia 20 de agosto de...

para lembrar

Ministra pede apoio para votar PEC do Trabalho Escravo até 13 de maio

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência...

Lei pretende punir corruptores

Por: Mariana Haubert Do Congresso em Foco Empresas...

Tribunal proíbe detenções de moradores de rua por vadiagem

O Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu...

Não acredite em combustão espontânea

Em uma área em que se encontram 114 favelas...
spot_imgspot_img

Confira a lista das selecionadas para curso sobre direitos humanos, gênero, raça e política

Geledés inicia nesta quarta-feira (17) o curso "Direitos humanos, gênero, raça e política" dedicado a mulheres negras, a fim de capacitá-las para identificar, analisar...

Brasil reconhece violação de direitos e se desculpa com quilombolas

O Estado brasileiro reconheceu que violou direitos de prioridade e de proteção jurídica de comunidades quilombolas durante a construção do Centro de Lançamento de...

Dado racial em documento trabalhista é passo no combate a desigualdades

Em 20 de abril de 2023, o governo federal sancionou lei que altera o Estatuto da Igualdade Racial para obrigar empregadores a incluir campo para identificação...
-+=