Morreu, nesta quinta-feira, a atriz e cantora Denise Assunção, aos 67 anos, em decorrência de complicações de um câncer no intestino.
A informação foi divulgada pelo Instituto Itamar Assumpção, entidade que preserva o legado de seu irmão, um dos maiores nomes da vanguarda paulista.
“Ela trazia a dignidade e a ancestralidade encarnadas. Presença marcante, impressionava pela consciência e pela lucidez, pelo talento sem limites, pelas atitudes firmes e inusuais para afirmar a necessidade de respeito e reparação”, disse o instituto, em nota. “Com sua vida e corpo, mostrou o que é ser uma artista negra no país.” O local do velório ainda não foi informado.
Nascida em Tietê, no interior de São Paulo, em 1956, Assunção começou ainda adolescente no teatro amador nas cidades de Arapongas e Londrina, no Paraná, porque seu pai se mudava com frequência em razão do trabalho como funcionário do extinto Instituto Brasileiro do Café. Passou por Curitiba e Rio de Janeiro até chegar a São Paulo por influência do irmão. Na cidade, sua carreira começou a despontar.
Nos anos 1980, participou dos shows da banda Isca de Polícia, de Itamar Assunção. Em 1990, lançou o disco “A Maior Bandeira Brasileira”, seu único álbum.
Em 2016, apresentou o show “Câmeras Observando, Microfones Ligados”, onde cantou repertório de seu irmão e de Bezerra da Silva.
Além da música, ela se dedicou também à dramaturgia. A artista fez parte do elenco dos filmes “Jeca e seu Filho Preto” e “A Banda das Velhas Virgens”, ambos estrelados por Amácio Mazzaropi.
Atuou também em espetáculos como “O Jardim das Cerejeiras” e “Mistérios Gozózos”. Em 2005, integrou o elenco da minissérie “Hoje É Dia de Maria.”