MP denuncia equipe de navio por torturar camaronês no Paraná

Dezenove tripulantes foram denunciados por tortura, racismo e tentativa de homicídio. Crime ocorreu em julho, quando o camaronês Ondobo, de 28 anos, foi lançado ao mar

O Ministério Público Federal em Paranaguá (PR) denunciou os 19 tripulantes do navio Seref Kuru, de Malta, por tortura, racismo e tentativa de homicídio. Os 17 turcos e dois georgianos foram acusados de abandonar o camaronês Wilfred Happy Ondobo em alto-mar. O crime aconteceu em julho. Ondobo foi resgatado a 12 km do litoral paranaense pelo navio chileno Marine R.

Segundo a Polícia Federal, os tripulantes estão em liberdade vigiada em hotéis da cidade e aguardam a decisão de um juiz federal sobre a denúncia. As situações mais complicadas são as do primeiro-imediato Orhan Satilmis e do comandante Coskun Çavdar. Satilmis foi apontado pelo camaronês como autor das agressões físicas e de recismo, enquanto Çavdar foi acusado de tentativa de homicídio e tortura.

Escondido. Ondobo entrou na embarcação clandestinamente no Porto de Douala, em Camarões, e ficou escondido no navio por oito dias. Quando foi descoberto, disse em depoimento que levou chutes, tapas e foi xingado por ser negro.

À noite, os tripulantes batiam na porta da pequena cabine onde ele foi recolhido para tentar impedi-lo de dormir. Depois de 11 dias, a tripulação lhe deu uma lanterna, US$ 30 e o obrigou a deixar o navio em mar aberto. O homem ficou à deriva em uma estrutura de madeira usada no transporte de carga por 11 horas.

Ao chegar a Paranaguá, a tripulação negou, em depoimento, conhecer Ondobo. Mas buscas feitas no navio a pedido do Ministério Público comprovaram que ele havia estado na embarcação. A descrição detalhada do navio feita por Ondobo, por exemplo, correspondia à realidade.

Os policiais também encontram uma foto que ele contou ter escondido em um banheiro para confirmar sua presença. Se condenados, os 19 acusados podem receber penas que vão de 8 a 34 anos de prisão ou então ser enquadrados na Lei de Estrangeiro e ser expulsos do País.

Fonte: IG

+ sobre o tema

Combate à Hipertensão Arterial, e eu uma jovem hipertensa tenho um recado pra você

26 de Abril foi estabelecido como dia Nacional de...

Uma década após PEC, empregadas domésticas ainda lutam por direitos

A sociedade precisa entender que realizar tarefas domésticas não...

Argentina lança sua primeira televisão indígena

Mar Centenera. Buenos Aires, 8 dez (EFE).- A...

Ministério da Saúde extingue termo violência obstétrica; entidades repudiam

O Ministério da Saúde decidiu abolir o uso do...

para lembrar

Cuba: governador de Nova York firma acordo para importar vacina contra câncer de pulmão

Medicamento, desenvolvido após 15 anos de pesquisa, oferece a...

PNDH3: Entidades criticam revisão de trecho que defende aborto

Com fim de apoio à descriminalização, o Brasil vai...

MPF disponibiliza material digital de combate ao racismo e a discriminação contra indígenas

Material didático publicado nesta segunda-feira (15) busca contribuir para...

Precisamos falar sobre o “Black Money”

Segundo levantamento feito pelo Sebrae, com base nos dados...
spot_imgspot_img

Na ONU, Geledés promove espaço estratégico para a construção coletiva de justiça reparatória

A 4ª Sessão do Fórum Permanente para Pessoas Afrodescendentes, realizada na sede da ONU em Nova York, entre os dias 14 a 17 de...

Mais de 335 mil pessoas vivem em situação de rua no Brasil

O número de pessoas vivendo em situação de rua em todo o Brasil registradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) do governo federal,...

Geledés participou do Fórum dos Países da América Latina e Caribe

A urgência da justiça racial como elemento central da Agenda 2030 e do Pacto para o Futuro, em um ano especialmente estratégico para a...
-+=