Orlando Caldeira apareceu para o grande público durante sua atuação como Catraca, na novela Verão 90, da Rede Globo. Porém, o ator tem uma grande história com o teatro e com a maior representatividade dentro das artes.
Giorgia Cavicchioli no Yahoo Notícias
Além de acreditar na importância de ter mais atores negros nas novelas, nas peças de teatro e comerciais, ele também acredita que seja importante tirar os corpos negros de uma lógica estereotipada.
“A mídia e os meios de comunicação formam uma sociedade e estigmatizam o corpo negro. A [minha] intenção é combater algumas narrativas errôneas”, afirmou ao blog durante entrevista.
“Sempre se vê a produção negra como popular e não erudita. A sociedade coloca a arte de um lado e a arte negra em outro. Mas tudo é arte”, explicou ao blog. Agora ele está buscando que exista um maior vínculo entre todos os artistas, para incentivar todos os tipos de artes que existem no Brasil.
“Combater o racismo é um dever de todos. A gente não pode esquecer que, a cada 23 minutos, um jovem negro morre no Brasil”, diz o ator, que é idealizador do Projeto Identidade.
O projeto tem a intenção de trazer mais representatividade e mais humanidade por meio de uma exposição fotográfica que apresenta ícones populares originalmente brancos representados por pessoas negras.
Além disso, Caldeira também é integrante do Coletivo Preto, que une atores, diretores, produtores e dramaturgos negros. “O coletivo parte do afeto. A partir desse lugar, a gente recebe artistas negros”, afirmou.
O ator diz que um dos trabalhos que faz é buscar atores negros para dar um suporte para aqueles que precisam de um book, por exemplo, ou de uma orientação no campo profissional. Para ele, é importante que, cada vez mais, a diversidade seja representada.
Em agosto, ele irá fazer parte de uma peça que trata, exatamente, sobre diferenças. O espetáculo Oboró fala sobre ancestralidade.
O espetáculo irá acontecer do dia 15 de agosto ao dia 1 de setembro no Teatro Firjan SESI Centro, no Rio de Janeiro. Além disso, ele também participará de outras duas peças.
Uma delas é Ombela, que será apresentada no Oi Futuro, também no Rio de Janeiro, até o dia 20 de outubro. A outra, é a peça que recebeu o nome de Kondima, que irá acontecer até o dia 11 de agosto, na Caixa Cultural, no Rio de Janeiro.