Obama frequenta a igreja e já reiterou publicamente sua fé cristã.
Presidente defendeu direito de construção de um centro islâmico em NY.
Quase dois anos depois da eleição de Barack Obama para a Presidência dos Estados Unidos, um crescente número de americanos acredita que seu chefe de Estado é, na verdade, muçulmano, revela uma pesquisa do Pew Research Center divulgada nesta quinta-feira (19).
Apesar de Obama frequentar a igreja e ter reiterado publicamente sua fé cristã, quase 20% dos entrevistados disseram achar que o presidente pratica o islamismo, enquanto apenas 34% o identificaram corretamente como cristão, nível sensivelmente inferior ao de um ano atrás.
Já a porcentagem das pessoas que se dizem incertas sobre que religião Obama pratica aumentou para 43%, contra 34% no ano passado.
A pesquisa descobriu que um terço dos republicanos conservadores considera que Obama é muçulmano, cifra que praticamente duplicou em relação à medição passada.
A fé do presidente também foi identificada incorretamente por um crescente número de democratas e independentes, de acordo com a pesquisa realizada entre 21 de julho e 3 de agosto com 3.003 pessoas.
Dezoito por cento dos eleitores independentes disseram achar que Obama é muçulmano, oito pontos percentuais a mais que a medição anterior, enquanto que menos da metade dos seguidores democratas do presidente acredita que ele é cristão.
Dos entrevistados que disseram achar que Obama era muçulmano, 60% afirmaram ter se informado sobre a fé do presidente através dos meios de comunicação.
Desinformação e oposição
Mas funcionários da Casa Branca disseram ao jornal “The Washington Post” que a percepção equivocada sobre a religião que pratica o presidente é produto de campanhas de desinformação impulsionadas pela oposição.
“Enquanto o presidente é diligente e comprometido pessoalmente com sua fé cristã, há gente que tenta divulgar falsidades sobre ele, seus valores e suas crenças”, afirmou seu assessor religioso, Joshua DuBois.
Mesquita em NY
A pesquisa foi realizada antes de Obama entrar na delicada questão da semana passada sobre os planos para construir uma mesquita a poucas quadras de onde se localizavam as Torres Gêmeas de Nova York, derrubadas nos ataques de 11 de setembro de 2001.
Na quarta-feira, Obama afirmou não se arrepender de ter defendido o direito de muçulmanos construírem a mesquita. “A resposta é: sem arrependimento”, declarou Obama, incisivo, ao microfone do canal de televisão NBC.
Obama defendeu, na sexta-feira passada, o direito de erguer uma mesquita em nome da liberdade de culto garantida pela Constituição.
As declarações provocaram uma tempestade midiática e abalou famílias das vítimas de atentados, enquanto inúmeros membros da oposição republicana, incluindo a antiga candidata à vice-presidência Sarah Palin, se aproveitaram da situação para acusar o presidente de estar desconectado do resto da população.
Mesmo aliados de Obama, como o líder democrata Harry Reid, distanciaram-se dele neste assunto, temendo as consequências da polêmica em sua popularidade, a dois meses e meio das eleições legislativas consideradas cruciais.
Fonte: G1