A universidade holandesa que só contratará mulheres

Reitor da Universidade Técnica de Eindhoven quer maior equilíbrio de gênero e, durante o próximo ano e meio, só aceitará homens se não houver candidatas adequadas para cargos científicos

Por Isabel Ferrer, do El País

Colagem com todas as mulheres contratadas pela universidade
Imagens de mulheres da Universidade Técnica de Eindhoven publicadas pela instituição ao anunciar sua política de contratação. UNIVERSIDAD TÉCNICA DE EINDHOVEN

A Universidade Técnica de Eindhoven saiu em busca de maior equilíbrio de gênero entre seus cientistas e, durante o próximo ano e meio, só contratará mulheres em todas as categorias científicas. O currículo de seus colegas homens se aplicará quando não houver candidatas adequadas. A medida entrou em vigor em 1º de julho e espera-se que 20% das cátedras sejam ocupadas por mulheres em 2020. Cada posto terá um orçamento de 100.000 euros (cerca de 429.000 reais) para sua própria pesquisa e um mentor. O reitor deseja que 25% dos postos de professor titular e 35% dos assistentes sejam cobertos por mulheres.

O plano de contratação das novas professoras e pesquisadoras se chama Irène Curie Fellows em homenagem à ganhadora do Prêmio Nobel de Química em 1935 e é parte de um programa de cinco anos de duração em que haverá 150 vagas livres. Irène era filha de Marie Curie, a primeira e única mulher a receber dois prêmios Nobel (de Física e Química) e de seu marido, Pierre. O casal Curie também obteve o prêmio de Física em 1903. Das 14 universidades holandesas, a Técnica de Eindhoven é a que tem o menor número de catedráticas: uma em cada oito entre os 186 em exercício em 2018, de acordo com a Rede Nacional de Catedráticas.

“Sabemos há bastante tempo que uma força de trabalho diversificada dá melhores resultados, é mais criativa e facilita a inovação, e damos muita importância à igualdade de oportunidades”, disse Frank Baaijens, reitor em Eindhoven e especialista em biomecânica, que estudou na própria Universidade Técnica. A discriminação positiva é legal na Holanda sempre que houver grupos pouco representados em alguns setores e, no momento, apenas um em cada quatro alunos de doutorado em carreiras técnicas é mulher, calcula o Escritório Central de Estatística.

Leia a matéria completa em El País

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