Quem é Carmen Silva, a líder dos sem-teto que a (in)Justiça quer prender

Admiradores, amigos e parceiros revelam a mulher que pretende reinventar a cidade de São Paulo, usando criatividade, diálogo e inclusão

Por Patrícia Zaidan e Martha Raquel, Do Jornalistas Livres

Carmen Silva-mulher negra idosa, vestindo casaco- sentada olhando documentos
Foto: Imagem Retirada do site Jornalistas Livres

Quem desconfia de Carmen Silva Ferreira  – baiana, 5 anos, mãe de 8 filhos, retirante que dormiu nas ruas de São Paulo no início dos anos 1990 e tornou-se líder do Movimento dos Sem-Teto do Centro (MSTC) – pode entender melhor esta mulher ouvindo personalidades importantes que a viram transitando no Congresso Nacional, em gabinetes de juízes, prefeitos e governadores, falando em audiências públicas, universidades, unidades do Sesc…

Ela é conhecida por levar reivindicações e apresentar soluções criativas em todos os lugares onde são tomadas decisões que afetam o povo sem endereço e sem visibilidade. Para além da injusta e desnecessária decretação de sua prisão, em 24 de junho, sob acusações de extorsão e envolvimento com bando criminoso, Carmen, como explicam os entrevistados desta reportagem, é uma brasileira rara e imprescindível para a sociedade. Já ganhou inúmeros prêmios, entre eles o da Federação Nacional de Arquitetos e Urbanistas (pela petulância em devolver vida a prédios abandonados no coração da capital paulista); o de melhor atriz, por Era O Hotel Cambridge, dirigido por Eliane Caffé, que conta a história da ocupação do hotel dos anos 1950, o Prêmio APCA e mais outros nos festivais do Rio de Janeiro, San Sebastián e Rotterdam.

Mas o melhor de Carmen, dizem os 16 especialistas ouvidos pelos Jornalistas Livres, está na audaciosa metodologia que desenvolveu para reduzir o déficit habitacional da cidade e gerir ocupações. Uma delas, a Ocupação 9 de Julho, serve também de palco para o exercício da cidadania e a discussão da democracia – considerando que democracia só pode existir a partir de uma cidade oxigenada e em equilíbrio, pois é nela que as pessoas pulsam, se expressam e se organizam.

Leia a matéria completa em Jornalistas Livres 

+ sobre o tema

“Havia quem me indicasse o elevador de serviço”, lembra ex-ministra negra de época em que viveu no RS

Luiza Bairros comenta o insucesso das candidaturas negras nas...

Jornal mineiro censura coluna de Fátima Oliveira sobre Patrus Ananias

Patrus é um prefeito inesquecível no imaginário popular belo-horizontino....

200 milhões de mulheres sofreram mutilação genital no mundo, diz Unicef

Metade dos casos se concentra em três países: Egito,...

Jandira reage ás agressões de Freire e fraga

Agredida pelo deputado Roberto Freire (PPS-SP) em plenário, num...

para lembrar

Blogueira enumera as cinco cantadas racistas mais comuns

"Você é uma morena muito bonita." "Você tem os...

As empregadas e a escravidão – por Urariano Mota

Por caminhos tortos, Joaquim Nabuco teve uma das suas...

Homem é flagrado agredindo mulher em frente a policiais, que não fizeram nada

Um morador da Sacramenta, em Belém, no Pará, registrou,...
spot_imgspot_img

‘A gente pode vencer e acender os olhos de esperança para pessoas negras’, diz primeira quilombola promotora de Justiça do Brasil

"A gente pode vencer, a gente pode conseguir. É movimentar toda a estrutura da sociedade, acender os olhos de esperança, principalmente para nós, pessoas...

Ana Maria Gonçalves anuncia novos livros 18 anos após lançar ‘Um Defeito de Cor’

Dois novos livros de Ana Maria Gonçalves devem chegar ao público até o fim de 2024. As novas produções literárias tratam da temática racial...

Mulheres recebem 19,4% a menos que os homens, diz relatório do MTE

Dados do 1º Relatório Nacional de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios mostram que as trabalhadoras mulheres ganham 19,4% a menos que os trabalhadores homens no...
-+=