Nova ministra da Secretaria das Mulheres toma posse e se emociona ao lembrar luta contra a ditadura

Eleonora Menicucci também comemorou a decisão do STF sobre a Lei Maria da Penha

 

A nova ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci, tomou posse nesta segunda-feira (10), em cerimônia no Palácio do Planalto. Eleonora assume a vaga deixada pela deputada Iriny Lopes, que ocupava o cargo desde o início do governo.

No discurso de posse, a socióloga e professora se emocionou ao lembrar a luta contra a ditadura e sua trajetória política que a aproximou de Dilma. As duas dividiram uma cela quando foram presas durante a ditadura militar. Segundo Eleonora, isso deu força para que ela não desistisse nunca, independentemente das dificuldades.

– Presidenta Dilma, nossas trajetórias de mulheres mineiras se entrelaçaram quando ainda muito jovens éramos. Nos engajamos na luta contra ditadura, fomos presas, torturadas, vivemos na mesma cela. Tivemos um engajamento que nos ensinou a lidar com as adversidades e a nunca, nunca nos omitir diante de uma situação, por mais difícil que possa ser.

Ao final do discurso, Eleonora foi muito aplaudida ao fazer uma homenagem aos mortos durante a ditadura militar.

– Quero, nesse momento, com muita emoção e tristeza, render minhas homenagens às mulheres e jovens que tombaram na luta contra a ditadura.

Em sua despedida, Iriny comemorou a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a Lei Maria da Penha que autoriza a abertura de processo contra o agressor mesmo se a mulher não prestar queixa contra ele.

– Coincidência feliz de ontem estarmos no tribunal e ganharmos uma por unanimidade e outra por nove a um a possibilidade de as mulheres darem passo decisivo na superação da violência.

Iriny afasta-se do poder Executivo para se dedicar às eleições: ela é pré-candidata à prefeitura de Vitória (ES).

Assim como Iriny, a nova ministra também comemorou a vitória no STF.

– A ampliação da lei é um passo para proteção da mulher. Um caminho para denunciar esse segredo que tem sido a violência doméstica.

Durante pouco mais de um ano à frente da pasta, Iriny tomou posições polêmicas sobre assuntos referentes aos direitos femininos.

A ex-ministra tentou tirar do ar uma propaganda em que a modelo Gisele Bündchen aparecia de lingerie para evitar brigas com o marido e criticou a novela Fina Estampa, da TV Globo, por demorar a punir o personagem que batia na mulher e brigou para dar fim à dupla Valéria e Janete, do Zorra Total.

Em nota oficial em que anunciou a mudança na pasta, na segunda (6), Dilma Rousseff afirmou que Iriny deixa o cargo “depois de dar relevante contribuição ao governo” e desejou sorte a Eleonora “em suas novas funções à frente da Secretaria responsável por políticas que têm contribuído para melhorar a vida das brasileiras”.

Mudanças

Com a saída de Iriny, já somam 13 os ministérios que tiveram seus titulares trocados desde o início do governo Dilma. A agora ex-ministra, no entanto, entra no seleto rol daqueles que não viram seus nomes envolvidos em suspeitas de irregularidades.

Além de Iriny, fazem parte da lista Luiz Sérgio e Ideli Salvatti, que fizeram uma dança das cadeiras entre a Secretaria da Pesca e a de Relações Institucionais, Nelson Jobim, que saiu da Defesa, e Fernando Haddad, que deixou a Educação para concorrer à prefeitura de São Paulo e viu Aloizio Mercadante substituí-lo.

Na outra ponta, daqueles que tiveram de renunciar sob suspeitas, constam Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo), Orlando Silva (Esporte), Carlos Lupi (Trabalho) e Mário Negromonte (Cidades).

 

 

Fonte: R7

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