A repórter loira, o suposto negro estuprador e uma sequência nojenta

Renato Rovai é editor da revista Fórum outro mundo em debate

O vídeo que segue do Brasil Urgente, da Band, da Bahia, é um exemplo de jornalismo pra lá de esgoto. Uma repórter loirinha, com rabinho de cavalo à la Feiticeria, coloca um jovem negro, com hematoma aparente de uma agressão recente, numa situação absolutamente constrangedora. Julga-o antes da Justiça, humilha-o por conta de sua ignorância em relação aos seus direitos e ao procedimento a se realizar num exame de corpo delito e acha isso tudo muito engraçado.

Assista ao vídeo e veja se este blogueiro está exagerando.

Trata-se de uma caso que exige uma ação urgente por parte da sociedade civil.

É preciso que se mova uma ação contra a concessionária pública que dá voz a uma repórter irresponsável como essa. Isso mesmo, irresponsável. Estou à disposição da Justiça para me defender em relação ao termo utilizado. A propósito, a concessionária é a Band.

É preciso que entidades de Direitos Humanos e da questão negra também se posicionem.

Também é urgente que entidades como o Sindicato dos Jornalistas da Bahia a Fenaj reajam a essa barbaridade.

Assistam ao vídeo, vocês vão entender minha indignação.

A dica do vídeo me foi dado pelo Fabrício Ramos pelo Facebook.

Atualizando (00:30 da terça-feira): O nome da repórter é Mirella Cunha, como já registrado em muitos comentários. O apresentador do programa para o qual ela trabalha é Uziel Bueno. Mas, em última medida, a Band é a responsável final por essa bárbarie jornalística.

Quanto ao fato de eu ter registrado o loirismo da repórter e a negritude do acusado, pareceu-me importante lembrar que somos um país com enormes desigualdades sociais e raciais. E que o fato de esse garoto ser preto e pobre é o que permite tal atendando aos seus direitos mais elementares. Dúvido que um loiro rico seria tratado dessa mesma forma pela “corajosa” jornalista.

 

 Leia também

Jornalistas baianos divulgam manifesto contra reportagem da Band

‘Nunca vi uma repórter chegar a este nível de humilhação’, diz professor Lalo

 

Fonte: Blog do Rovai

+ sobre o tema

‘Mulher indígena é o futuro’: a luta de lideranças dentro e fora de aldeias

Quando a ativista indígena Narubia Werreria, do povo Iny,...

Organização “Human Rights Watch” tem várias vagas de trabalho

Human Rights Watch é uma organização de direitos humanos,...

Indígenas e gays: jovens contam como é ser LGBT dentro e fora das aldeias

Grupo se reúne na UnB para debater o tema;...

Anistia Internacional se reúne com indígenas em Dourados (MS)

O objetivo da visita, que acontece nesta quarta-feira...

para lembrar

Rapper Prodigy, do Mobb Deep, morre aos 42 anos por complicações decorrentes de anemia falciforme

Albert Johnson estava hospitalizado há dias por problemas causados...

Informe preliminar revela casos de intolerância religiosa

O documento foi lançado na Marcha Nacional pela Liberdade...

Profissionais dos Mais Médicos começam atender periferias e interior em setembro, diz governo

  Entidades médicas brigam na Justiça contra pacote...
spot_imgspot_img

Estudo relata violência contra jornalistas e comunicadores na Amazônia

Alertar a sociedade sobre a relação de crimes contra o meio ambiente e a violência contra jornalistas na Amazônia é o objetivo do estudo Fronteiras da Informação...

Brasil registrou 3,4 milhões de possíveis violações de direitos humanos em 2023, diz relatório da Anistia Internacional

Um relatório global divulgado nesta quarta-feira (24) pela Anistia Internacional, com dados de 156 países, revela que o Brasil registrou mais de 3,4 milhões...

Apenas 22% do público-alvo se vacinou contra a gripe

Dados do Ministério da Saúde mostram que apenas 22% do público-alvo se vacinou contra a gripe. Até o momento, 14,4 milhões de doses foram...
-+=