A corrida pelo Oscar 2013 de melhor atriz está indefinida. Marion Cotillard e Jennifer Lawrence são algumas das favoritas, e nessas Naomi Watts pode até ficar de fora. Há uma atriz, porém, que aparece em todas as listas: Quvenzhané Wallis. E ela tinha apenas 6 anos quando viveu a protagonista de “Indomável Sonhadora”, o malsucedido nome em português do bem-sucedido “Beasts of the Southern Wild”, de Benh Zeitlin.
A carreira de sucesso do filme, na programação do Festival do Rio , começou em Sundance (EUA), em janeiro, onde ganhou o Grande Prêmio do Júri e foi escolhido como melhor fotografia. Em maio, Zeitlin levou a Caméra D’Or, para o melhor estreante, no Festival de Cannes.
“Indomável Sonhadora” quebra um pouco a tradição realista do cinema independente norte-americano, ao mostrar a vida da pequena Hushpuppy, que mora com seu pai num trailer e numa cabana em uma comunidade separada de Nova Orleans por uma barragem. Todos os que moram ali são miseráveis, essa, sim, uma realidade à qual os filmes indies não fecham os olhos.
Mas com frequência Hushpuppy escapa desse mundo de verdade para sua imaginação, habitada por búfalos e outros momentos mágicos. Baseado numa peça, “Indomável Sonhadora” de vez em quando deixa claras suas origens e perde o ritmo, mas é uma estreia e tanto para Zeitlin, que cria algumas sequências de pura magia. A verdadeira razão para assistir, no entanto, é mesmo Quvenzhané.
