Redução da pobreza: moradores de favelas crescem menos do que a população total

 

Y.Valentim, 

Pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta, na última década, uma redução da desigualdade e pobreza no país. O Ipea descobriu no estudo Cidades em movimento: desafios e perspectivas das políticas públicas que a população residente nos chamados aglomerados subnormais (favelas) cresceu 6,2%, enquanto a população total cresceu 14,5%.
 
No país, a população residente em favelas no ano de 2000 foi estimada em 10,6 milhões. Já em 2010, havia 11,2 milhões de aglomerados. Os dados demonstram que os fluxos interioranos cresceram, refletindo um maior dinamismo econômico. Esse fato amplia as demandas de infraestrutura e serviços, seja para os deslocamentos (sistema viário urbano e interurbano, transporte coletivo de qualidade), seja para reforço das funções de recepção ou apoio às pessoas que permanecem nas cidades (escolas, postos de saúde e moradia).
 
De acordo com o Ipea, a desigualdade entre os municípios brasileiros caiu, tanto em desenvolvimento humano, quanto em recursos públicos. A desconcentração do PIB aumentou a capacidade das cidades mais pobres para arrecadar impostos, fazendo com que as transferências sociais crescessem mais que as outras e os municípios com menor IDH fossem os maiores recebedores de recursos do governo entre 2002 e 2012.
 
Numa coletiva de imprensa realizada pelo Ipea, no Rio de Janeiro, tendo como, os dados sobre os fluxos migratórios e movimentos pendulares no país foram apresentados junto à análise do comportamento das finanças públicas municipais, entre 2002 e 2012, e à variação da população em favelas, a partir da revisão dos dados do Censo 2000.
 
Na coletiva, o presidente do Instituto e ministro da SAE, Marcelo Neri, apresentou os dados sobre a evolução das favelas no Brasil. “Brasília registrou um aumento de 50% na população de favelas nesse período. Também houve aumentos em Manaus, Belém e Rio de Janeiro”, explicou Neri, ressaltando que o artigo sobre essa temática (Capítulo 23 do livro Brasil em Desenvolvimento 2013) permite uma comparação entre os anos de 2000 e 2010.
 
Em 2010, 15 milhões de pessoas passaram a fazer migração, contra 7 milhões em 2000. A quantidade dobrou em 10 anos e o crescimento foi maior que o da população como um todo, de acordo com o presidente.
 
Na pesquisa feita pelo instituto, os dados apresentam a movimentação de recursos fiscais. Em termos municipais, a arrecadação subiu meio ponto percentual entre 2002 e 2012, e a receita disponível cresceu 1,6 pontos percentual, fazendo com que as transferências de estados para municípios ficassem paradas.
 
 
 
Fonte: Cen

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