A atitude corajosa e pedagógica da atriz Angelina Jolie – por Fátima Oliveira

Até agora, maio foi pródigo em temas palpitantes da política. Tantos que tive dificuldades em eleger um para abordar hoje.

por Fátima Oliveira,

Eis os assuntos que defini como merecedores de uma opinião: a PEC das Domésticas, que, desde abril, causou, conforme a grande imprensa, uma comoção nacional nos empregadores, revelando apenas quanta gente se dá bem mantendo resquícios de trabalho escravo numa profissão; a importação de médicos estrangeiros pelo Brasil (6.5); “Ipea: Bolsa Família não leva usuário à acomodação” (7.5); “Angelina Jolie torna pública dupla mastectomia preventiva por causa de câncer” (14.5) e “Padilha: ‘Não há consenso sobre eficácia da mastectomia’” (14.5); “Boato de suspensão do Bolsa Família causa movimentação em agências da Caixa” (18.5) e “Governo federal desmente boato sobre suspensão do Bolsa Família” (19.5); e “Sobe para 242 o número de mortos no incêndio na boate Kiss” (19.5).

São assuntos relevantes, que comportam diferentes análises, das sensatas às insensatas. Todavia, diante da impossibilidade de, em um espaço tão exíguo, opinar sobre todos de modo consubstanciado, como cada um requer, assumo a tentativa da abordagem de cada um em outros dias.

Hoje, aproveito para acolher a sugestão de um amigo, colega de trabalho e leitor, o médico mineiro René Coulaud, que, na última sexta-feira, ao telefone, disse-me que eu não poderia deixar “passar batido” a atitude corajosa e pedagógica da atriz Angelina Jolie de retirar os seios para evitar câncer de mama. De fato, a postura da atriz, embora passível de diferentes análises dos pontos de vista sociológico, bioético e médico, em si, foi um ato de coragem admirável.

No editorial “My Choice Medical”, escrito por Angelina Jolie e publicado no The New York Times, ela afirma que a dupla mastectomia preventiva a que se submeteu reduz as possibilidades de “sofrer um câncer de mama similar ao que causou a morte de sua mãe”.

E que a sua decisão foi tomada “após a descoberta de uma mutação genética que aumentaria as probabilidades de ter câncer de mama (87%) e de ovário (50%)”. No editorial, a atriz declarou: “Minha mãe lutou contra o câncer durante quase uma década e morreu aos 56 anos. Ela viveu o tempo suficiente para ver o primeiro de seus netos e pegá-lo em seus braços. Mas meus outros filhos nunca terão a oportunidade de conhecê-la nem a experiência de saber o quanto carinhosa e amável ela era”…

Angelina Jolie afirma que, “ao falar de sua mãe com seus próprios filhos, eles perguntavam se ela poderia sofrer o mesmo. “Eu sempre disse para não se preocuparem, mas a verdade é que tenho um gene defeituoso, o BRCA1, que aumenta drasticamente meu risco de desenvolver um câncer de mama e de ovário”… “Decidi não manter minha história em segredo porque há muitas mulheres que não sabem que poderiam estar vivendo sob a sombra do câncer. Tenho a esperança de que elas, também, sejam capazes de realizar exames genéticos e que, se tiverem um alto risco, saibam que há mais opções”.

Há diferentes opiniões, inclusive médicas, sobre a decisão da atriz, que desejo esmiuçar em uma próxima crônica. Até o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que deveria ter tido um pouco mais de paciência para opinar, deu o seu veredicto: “Não há consenso sobre eficácia da mastectomia”. Ora, pitombas (que eu adoro!), vamos combinar: o que mais há em medicina, que nem é ciência nem tem nada das ciências exatas, são dissensos. Só em matemática que 1+1 dá dois! Medicina não é matemática! Ainda bem!

 

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Fonte: O Tempo

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