A Saúde da Mulher na Maturidade

Menopausa, dúvidas e tratamentos adequados

Do SEGS

Senior Woman — Image by © Ned Frisk Photography/Corbis

Muito se tem falado sobre a saúde da mulher na idade madura, mas dúvidas ainda persistem neste campo. A menopausa, definida como a última menstruação, se dá no Brasil por volta dos 50 anos. Neste momento é importante submeter-se a uma avaliação geral, com acompanhamento médico específico e tratamentos mais adequados para cada caso.

Segundo o médico ginecologista Alexandre Guilherme Rossi, muitas mulheres acabam fazendo da menopausa um marco em suas vidas, com a mudança da parte hormonal e, consequentemente, de todo o metabolismo. “No fundo, ela deveria sempre se cuidar, com exames periódicos. Nesta fase, algumas dizem: “agora eu fiquei velha e a minha vida começa a descer ladeira abaixo”. Tudo vai depender de como se lida com a parte psicológica, encarando o processo de forma positiva, lembrando que a expectativa de vida, hoje em dia, está cada vez maior”, analisa o especialista.

Por isso, ele considera importante ficar cada vez mais atento aos sintomas e tratamentos envolvendo:

Osteoporose – Em relação à parte óssea, geralmente as mulheres de pele clara, orientais e sedentárias têm maior predisposição à doença, diferentemente daquelas que, mesmo pertencendo a esses grupos, praticam atividade física mais intensa. O histórico familiar também é muito importante.

Doenças cardiovasculares/coronarianas/infarto – Nestes casos, é possível fazer uma prevenção com tratamento convencional ou até mesmo reposição hormonal. Porém, o mais importante é que isso ocorra de maneira precoce, próximo à menopausa, pois uma vez que o problema se instale – eventualmente uma placa de ateroma na coronária , o próprio tratamento pode agravar a doença.

Vale a pena também ficar atento a sintomas como calores, formigamento ou dormência nas mãos e pés, ansiedade, irritabilidade, insônia, depressão, turvação visual, palpitação, diminuição de libido e vagina seca. Enfim, sinais que, somados, geralmente requerem tratamento.

Outras doenças também se fazem presentes como, por exemplo, alteração de colágeno, quando a pele fica com um turgor menor; predisposição a Alzheimer e doenças neurológicas em geral. Porém, nestes casos, a literatura é menos extensa, em relação aos benefícios do tratamento ou não. De qualquer forma, é importante, sim, nessa fase, independentemente da menopausa, que a mulher faça check up anual com mamografia, Papanicolau e ultrassom transvaginal para verificar útero e ovários, além de exames de sangue.

Câncer de mama – Tem acometido cada vez mais mulheres jovens, isso é fato. Provavelmente, por fatores ambientais, alimentares, estresse do dia a dia e predisposição familiar. Na verdade, quanto mais avança a idade, maior é a frequência do câncer, embora geralmente seja menos agressivo após a menopausa.

Reposição hormonal – Existem várias formas de se lidar com uma paciente no climatério e na menopausa, sem a necessidade de recorrer imediatamente à reposição hormonal. Pode-se melhorar a qualidade de vida, por exemplo, com atividade física. Existem, ainda, tratamentos com medicamentos fitoterápicos que têm menos efeitos colaterais e apresentam poucas contraindicações, como as isoflavonas, que são fito-hormônios.

Quanto à reposição hormonal clássica, essa depende do tipo de hormônio ou da dosagem. Há cerca de 10 anos foi feito um trabalho com um grande número de pacientes, quando se constatou que o risco de câncer de mama com reposição hormonal, estrogênio e progesterona, que são dois tipos de hormônio, aumentava após cinco anos. Porém, não é todo tipo de reposição hormonal que impacta nesse sentido.

Sexualidade – Pode haver a diminuição do desejo sexual (libido), mas vai depender muito de como a mulher encara essa fase. Se for positiva, ela vai ter até uma vida sexual melhor do que anteriormente.

Alexandre Guilherme Rossi – Especialista em Ginecologia e Obstetrícia; Mestre em Ginecologia pela Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP-EPM), Doutor em Ginecologia pela UNIFESP-EPM e Diretor da Clínica Rossi.

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