Ana Rita: cotas raciais modificam estrutura social do país

BRASÍLIA (Agência Senado) – A inclusão dos negros no mundo acadêmico e no mercado de trabalho foi o enfoque do pronunciamento da senadora Ana Rita (PT-ES) na noite desta terça-feira (20), no Plenário do Senado. Ela ressaltou a importância de ações afirmativas em favor da população negra, como a recém-aprovada lei de cotas raciais e sociais em universidades públicas e institutos federais (Lei 12.711/2012), para “modificar radicalmente as estruturas sociais do país nos próximos anos”.

– Este será um ano histórico, porque essa lei contribui para a quebra de uma estrutura antiga, preconceituosa e excludente. Os negros terão acesso aos cursos mais prestigiados das melhores universidades brasileiras.

Citando o último censo do IBGE, realizado em 2010, Ana Rita mostrou que em dez anos a proporção de negros na população brasileira aumentou de 45%, em 2000, para 51% em 2010, principalmente na faixa até os 40 anos. Ela ressalvou, contudo, que há menor expectativa de vida dessas pessoas em relação ao universo de brasileiros, devido ao pouco acesso a tratamento de saúde e o alto grau de violência, principalmente contra os negros jovens. Citando o Mapa da Violência 2012, pesquisa realizada pelo Instituto Sangari em conjunto com o Ministério da Justiça, Ana Rita salientou que o número de homicídios é maior entre negros.

– O aumento da violência nos últimos anos atinge basicamente a população negra. Em 2010, foram assassinados proporcionalmente 139% mais negros do que brancos. Em Alagoas, há 20 vezes mais chance de um homicídio vitimizar um negro que um branco.

Fonte: O Reporte

+ sobre o tema

para lembrar

Ajudante negro do Papai Noel gera debate sobre racismo na Holanda

Uma antiga tradição popular está gerando debates sobre...

Brigada Militar absolve policial acusada de racismo contra africanos

por Samir Oliveira A Brigada Militar absolveu uma policial...

Sexismo e racismo em Viena, nenhuma novidade

Alguns músicos da Sinfônica de Viena comemoraram quando, há...

Juventude negra no Brasil: tragédia anunciada

Metade das vítimas de homicídios no Brasil tem entre...
spot_imgspot_img

‘Preferiria morrer a confessar um crime que não cometi’: a história do homem negro que passou 46 anos preso injustamente

Aos 22 anos, o americano Richard Phillips era um típico rapaz que queria construir sua vida nos Estados Unidos. Natural de Detroit, no Michigan,...

Condenação de assassinos de Marielle traz alívio, nunca alegria

Foi a justiça possível, como definiu o promotor Fábio Vieira, do MP-RJ, que se fez com a condenação de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz. Seis anos,...

E se o racista for seu filho ou sua filha?

Esse é um texto que eu ensaiei escrever algumas vezes. A vontade ficou latente quando estourou um caso de racismo em uma escola de...
-+=