Anderson Silva se veste de Michael Jackson para a revista Rolling Stone

Enviado por / FonteDa Rolling Stone

Com o bom humor de sempre, Anderson Silva protagonizou mais uma cena pitoresca fora do octagon. Após participar de um comercial de cerveja cercado por celebridades do mundo das lutas, Anderson se vestiu de Michael Jackson em um ensaio fotográfico para a revista Rolling Stone.

A matéria será publicada na edição do mês de junho da revista. Confira o vídeo do making of:

A Dança Solitária de Anderson Silva

Leia abaixo um trecho da matéria de capa da edição de junho da Rolling Stone Brasil. Anderson Silva estampa duas opções de capa (clique na galeria à esquerda para ver em tamanho ampliado), com conteúdo idêntico. A revista estará nas bancas de São Paulo e Rio de Janeiro em 14/6, e a partir da semana seguinte nos demais estados.

Anderson Silva está encurralado. O ataque vem de todos os lados, sem trégua ou piedade, por cima, por baixo, pelas costas. O detentor do cinturão dos pesos-médios da liga Ultimate Fighting Championship (UFC), invencível e mais famoso lutador de artes marciais mistas (MMA) da atualidade, está acuado, de joelhos, sentindo os golpes passarem a centímetros da cabeça calva. O ruído é repetitivo, seco. Em questão de segundos, o jogo vira. Anderson se levanta agilmente. Analisa os adversários tão rápido quanto contra-ataca. Utilizando os recursos que tem às mãos, dá cabo dos inimigos com precisão cirúrgica, mas também contando com os inexplicáveis golpes de sorte que tradicionalmente privilegiam os campeões natos. Sozinho, exultante, Anderson deixa a arena como o único soldado em pé. O uniforme está encharcado de suor. O sorriso de dentes brancos reflete a luz do sol incandescente do meio-dia. Espalhados pelo corpo, resíduos que poderiam ser confundidos com cicatrizes de batalha: tímidos respingos de tinta cor de violeta. Anderson Silva saiu vitorioso de mais um combate de sua vida – nesse caso, uma animada partida de paintball.

Na arena escondida em uma área remota da zona sul de São Paulo, Anderson Silva lidera uma equipe formada por amigos e agregados em disputa contra a equipe do Globo Esporte, comandada pelo jornalista Tiago Leifert. A brincadeira resultará em uma reportagem a ser exibida no programa esportivo, mas também serve como desculpa para o sobrecarregado lutador desviar-se da rota extenuante de treinamentos, entrevistas e obrigações contratuais.

Naquele dia sem nuvens em abril, o peso do mundo aparentemente ainda não descansava sobre os ombros de Anderson Silva. A próxima aparição na arena octogonal do UFC ainda não tinha data definida (já tem – será em 7 de julho); e o local permanecia pendente (cogitava-se São Paulo ou Rio; será em Las Vegas). Apenas o adversário já era conhecido: o norte-americano Chael Sonnen, derrotado por Anderson de maneira espetacular em agosto de 2010.

As águas passaram. Sonnen foi pego no exame antidoping, levou suspensão das arenas e retornou, mais corrosivo do que nunca e energizado pela revanche. O brasileiro, por sua vez, subiu mais degraus rumo ao olimpo destinado a raros esportistas. Manteve o cinturão em duas ocasiões (em uma delas, enfrentou o japonês Yushin Okami diante de uma multidão no Rio de Janeiro. Em outra, venceu o rival Vítor Belfort com um cinematográfico pontapé no rosto). Foi contratado pela agência 9ine, controlada pelo empresário Marcus Buaiz e pelo ex-jogador Ronaldo Nazário e, em seguida, tornou-se atleta patrocinado do Sport Club Corinthians Paulista. Desde então, acumulou mais contratos do que qualquer personalidade nacional, emprestando o rosto bem desenhado e a atuação convincente para marcas multinacionais – lanchonete, fabricantes de eletrônicos, preservativo, material esportivo, cerveja, aparelho de barbear e motocicleta. Houve ainda tempo para lançar uma autobiografia (Anderson Spider Silva) e estrelar um documentário de longa-metragem (Como Água). Mais do que o atleta-personalidade, a marca-sorriso Anderson Silva é propriedade das mais valiosas no mercado. E ele mesmo tem consciência disso. Afinal, tem se esforçado para tanto.

Mas, naquele exato momento de êxtase pós-tiroteio, nenhum problema passa pela cabeça reluzente de Anderson Silva.

Horas antes de chegar à quadra de paintball, no carro lotado de amigos, ninguém parece mais ansioso para brincar de tiroteio do que ele. “Vocês não estão entendendo o que vai acontecer hoje”, fala, se gabando do brinquedo que comprou para a ocasião, uma intimidante réplica de uma metralhadora automática. “Não é arma. É marcador”, ele corrige, didático. Em ação na arena empoeirada, o soldado Silva se comporta com a seriedade de um combatente autêntico e com requintes de um jogador de Call of Duty, arremessando sinalizadores de fumaça e granadas de tinta, economizando munição, exibindo capacete, colete, máscara, cinto de acessórios e camiseta com as iniciais S.W.A.T. (o equipamento todo é dele próprio). Algumas horas ao lado de Anderson confirmam que ele leva tão a sério os hobbies de inspiração adolescente quanto a rotina dolorida dentro dos ringues.Paralelamente à ascensão de Anderson Silva, um fenômeno notável se deu de 2010 para cá: a mudança do caráter do MMA aos olhos da opinião pública verde-amarela. Não que a unanimidade tenha sido alcançada (ainda longe disso, os atletas admitem), mas se era difícil chamá-lo de “esporte de massa” naquele ano, hoje é tarefa ainda mais árdua se desvencilhar do contato com socos, pontapés e supercílios ensanguentados na grande mídia. A Rede Globo detém os direitos de transmissão dos eventos da liga Ultimate Fighting Championship, o que significa que a luta eventualmente faz parte da programação de sábado da maior emissora aberta do país. O mesmo canal se dedica atualmente ao The Ultimate Fighter Brasil (TUF), reality show que explora a intimidade de atletas aspirantes a um lugar ao sol. Nomes como José Aldo, Rodrigo Minotauro e Lyoto Machida fazem parte do vocabulário dos mesmos aficionados esportivos que antigamente colecionavam fichas técnicas de pilotos de Fórmula 1 ou de tenistas. É inegável portanto que, por mérito ou insistência das partes envolvidas, o MMA tenha se estabelecido como o esporte número 2 do Brasil – pelo menos em um contexto pré-Olimpíadas de 2012. E é neste cenário, inimaginável em outras eras, que Anderson Silva reina, sem ameaças para seu trono de patrono do esporte para as multidões.

“Eu nunca treinei para ser este campeão que sou hoje, mas para ser tão bom quanto os meus professores”, ele costuma repetir, com a humildade que lhe tem sido de praxe desde que caiu nas graças do povo.

 

 

 

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