ANGLOA: Independência abriu portas para libertação de países africanos colonizados

A proclamação da independência da República de Angola, a 11 de Novembro de 1975, abriu portas para um processo de libertação dos países africanos que ainda se encontravam sob dominação colonial, considerou o secretário executivo da SADC, Tomás Augusto Salomão.

 

Em entrevista à imprensa angolana, em Gaberone (Botswana), Tomás Augusto Salomão disse que para a libertação do Zimbabwe, Namíbia e África do Sul, Angola sofreu várias agressões por parte das forças do apartheid.

 

Segundo Tomás Salomão, que falava a propósito do 35º aniversário da proclamação da Independência de Angola, a ser assinalado no próximo dia 11, os angolanos, devido às agressões das forças que ocupavam a Namíbia, tiveram que virar o processo na região, com a derrota, na Batalha do Cuito Cuanavale, dos invasores.

 

“A Batalha do Cuito Cuanavale foi um ponto de viragem dos acontecimentos, porque alterou o processo e a correlação de forças na região austral do continente”, afirmou o moçambicano ao serviço da organização regional.

 

Os angolanos, sugere o alto funcionário da SADC, “têm de escrever a história do Cuito Cuanavale, por ser o evento onde as forças do apartheid, bem equipadas, perderam homens, veículos blindados e, a partir daí, recuaram sem parar”.

 

A Batalha do Cuito Cuanavale, província de Kuando Kubango, teve lugar a 23 de Março de 1988, quando as tropas sul-africanas decidiram realizar uma ofensiva contra o exército e território angolano, a pretexto de combater guerrilheiros da Swapo e do ANC.

 

Este recuo, disse, “marcou completamente a mudança na nossa região, porque seguiu-se a libertação de Nelson Mandela, a Independência da Namíbia e a paz em Moçambique, tudo isto resultante dos acontecimentos da Batalha do Cuito Cuanavale”.

 

Considera que os 35 anos de Independência de Angola “estão carregados de muita história, mas não serão perdoados os jovens, os dirigentes ou qualquer outro angolano, que tiveram a oportunidade de estar presentes em alguns desses eventos, se não escreverem ou fazer o seu registo”.

 

“Foi um processo difícil, onde se pagou um preço altíssimo, em muitos casos com vidas”, disse, acrescentando que “hoje, Angola está em paz e pode traçar a sua própria rota, irreversível para o desenvolvimento.

 

Estabelecida a paz no país, Tomás Salomão considera que Angola está num processo de reconstrução, para repor as infra-estruturas destruídas, designadamente estradas, pontes e linhas férreas e de transmissão de energia, e criar as condições para que os angolanos tenham acesso ao mercado, a custos baixos.

 

“Angola pode assumir o seu papel e lugar na economia da região, na economia do continente e na economia do mundo, desde que adopte uma politica de utilização dos seus recursos naturais, o petróleo e os diamantes, para apoiar isso”, salientou Tomás Salomão.

 

Quanto ao processo de reabilitação de infra-estruturas, considera ser fundamental a do Corredor do Lobito, por ligar Angola às Repúblicas da Zâmbia e Democrática do Congo, permitindo-as ter acesso ao mar, quer no oceano Atlântico, quer no Índico, via Dar-es-Salam (capital da Tanzânia).

 

“ Deve igualmente aproveitar o potencial hidroeléctrico disponível nas bacias do Kwanza e do Cunene, com vista a suplantar o défice energético existente e que Angola seja conectada a rede energética da região austral de África, contribuindo para a superação do défice”, acrescentou.

 

Considera necessária, o mais rapidamente possível, a adesão de Angola à Zona de Comércio Livre da SADC, lançada em 2008. “ Esperamos que até ao final deste ano ou princípio do próximo Angola possa aderir à Zona de Comércio Livre da SADC”, referiu.

 

Tomás Salomão encorajou o povo angolano a continuar a dar provas de que em circunstâncias difíceis é possível encontrar soluções dos problemas, acreditando que, em paz, Angola vai se desenvolver e encontrar o lugar que merece na região, no continente africano e no mundo.

Fonte: Angop

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