Fonte: Lista Racial –
Coronel Ubiratan Ângelo defende uma polícia preventiva e que proteja a população. O coronel Ubiratan Ângelo (D) criticou o governo Sérgio Cabral ao dizer que o Estado do Rio não tem política de segurança pública
A política é o principal elemento a impulsionar a violência policial sobre as comunidades dos morros do Rio, onde está a maioria do povo negro. Esta é a conclusão do debate, quarta-feira (18), no auditório do Sindicato, com a participação do coronel Ubitaran Ângelo, ex-comandante-geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, representantes do Dieese e da Unegro.
O coronel Ubiratan abriu sua intervenção dizendo que não se pode criticar a política de segurança do governo estadual porque, simplesmente, ela não existe. “Quem pode me dizer cinco metas da política de segurança do Estado do Rio, quem aponta quatro, três, duas, uma meta. O que há são estratégias que não convergem em ponto algum. O que queremos é uma Polícia Militar preventiva. Têm-se agora as unidades de polícia pacificadora (UPP), programas antigos com nomes diferentes “, disse.
Ao lembrar que a violência é fomentada pelo tráfico de drogas, o coronel Ubiratan lembrou a contradição do Código Penal Brasileiro que proíbe o comércio, mas libera o consumo. E a PM recebe como tarefa atacar os revendedores de drogas. Com parâmetros legais difusos, quem permanece preso por conta das drogas são pessoas da classe baixa, o que denota o enraizamento cultural da polícia destinada a cuidar do patrimônio e não do cidadão. Em sua origem, lá pelos anos 1809, a corporação foi criada para cuidar da corte de Dom João VI. Cuidar do cidadão não era sua tarefa, característica que parece resistir ao tempo.