Leci Brandão é vítima de racismo no Facebook

Candidata a deputada estadual em São Paulo, a sambista Leci Brandão, foi vítima de uma série de ataques racistas por uma usuária no Facebook. Chamada de “macumbeira”, “nojenta”, “maldita” e “verme”, a cantora obteve apoio da Procuradoria Regional Eleitoral do Estado (PRE-SP), que determinou a suspensão da página da internauta da rede social.

“O ódio e o racismo, contidos nessas e outras expressões, é prática vedada pela lei e é crime inafiançável de acordo com a Constituição”, afirmou em seu parecer o procurador eleitoral auxiliar, Paulo Thadeu Gomes da Silva.

Segundo o órgão, Leci Brandão já havia solicitado a exclusão dos comentários para a internauta, cuja identificação não foi fornecida. No entanto, sem sucesso, ela obteve liminar para a retirada das mensagens. Desta vez, ela renovou o pedido tendo em vista a publicação de novas postagens com conteúdo semelhante.

O Facebook informou que havia analisado as denúncias e concluído que não havia violação aos seus “padrões de comunidade”.

Leia a íntegra da nota divulgada pelo PRE-SP:

“A Procuradoria Regional Eleitoral no Estado de São Paulo (PRE-SP) manifestou-se a favor de concessão de liminar para retirada imediata de mensagens ofensivas à deputada Leci Brandão (PC do B) do Facebook. Na página de uma usuária da rede social, a deputada é chamada de ‘macumbeira’, ‘nojenta’, ‘horrorosa’, ‘maldita’, ‘verme’.

O ódio e o racismo, contidos nessas e outras expressões, é prática vedada pela lei e é crime inafiançável de acordo com a Constituição, alerta, no parecer, o procurador eleitoral auxiliar, Paulo Thadeu Gomes da Silva. Em razão da gravidade das ofensas, Gomes da Silva encaminhou cópia da representação da deputada à Procuradoria Geral de Justiça do Estado de São Paulo “para as providências criminais que entender cabíveis”.

Leci Brandão já havia obtido liminar para a retirada das mensagens ofensivas, mas renovou o pedido em vista de novas postagens com conteúdo semelhante. Antes de ajuizar a representação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP), a deputada havia buscado a retirada dessas mensagens com o provedor da página. O Facebook informou que havia analisado as denúncias e concluído que não havia violação aos seus “padrões de comunidade”.

‘A retirada das mensagens indicadas não representa a alegada violação à liberdade de expressão e livre manifestação do pensamento dos usuários do Facebook, os quais podem continuar a exercer esses direitos fundamentais em suas próprias páginas eletrônicas, inclusive durante a campanha eleitoral’, sustenta Gomes da Silva. Entretanto, afirma, a lei prevê a retirada “de publicações que contenham agressões ou ataques a candidatos em sítios da internet, inclusive redes sociais”.

Fonte: Extra

+ sobre o tema

“As crianças negras têm o azar dos mal-entendidos sempre acontecerem com elas”

Jonathan Duran, pai do menino discriminado em uma loja...

Mulher chama funcionários de “macacos” em shopping, é seguida e se esconde em loja

Polícia foi chamada; situação indignou clientes e funcionários Por Gil...

Mundo celebra, pela primeira vez, o Dia Internacional dos Afrodescendentes

Com a criação da data, as Nações Unidas buscam...

‘O país é racista, me olham como ET’, conta Betão, ex-Corinthians, sobre Ucrânia

Racismo, maus tratos, corrupção. Muitos dos problemas que...

para lembrar

spot_imgspot_img

Justiça decreta prisão preventiva de PM que atingiu jovem em São Paulo

O policial militar Tiago Guerra foi preso em flagrante e encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes, onde cumpre prisão preventiva decretada pela Justiça paulista,...

A maldição da eterna introdução

Discursos não são livres. Assim pontuou Michel Foucault em um dos seus principais textos, de 1971. Há estruturação, angulação, filtragem e mecanismos específicos para limitar e...

Processos por racismo aumentam 64% no Brasil em 2024, mas punições demoram e são brandas

Para a gerente de uma pet shop de Salvador, Camilla Ferraz Barros se identificou como juíza, disse que poderia prendê-la e a chamou de...
-+=