O Ministério Público de São Paulo ofereceu denúncia, nesta quarta, contra o preparador físico Sebastián Avellino Vargas, do Universitário, do Peru, por racismo. Ele é acusado de imitar um macaco a torcedores do Corinthians em jogo da Copa Sul-Americana, há uma semana.
Vargas foi enquadrado em dois crimes: o de praticar ou incitar a discriminação ou preconceito de cor, raça ou etnia, com o agravante de ter sido num evento esportivo, que prevê pena de até cinco anos de prisão; e o de promover tumulto ou incitar a violência, com pena de até dois anos de prisão, esse último previsto na nova Lei Geral do Esporte.
O promotor Pedro Henrique Pavanelli Lima ainda pede que Vargas seja mantido preso preventivamente. Ele aponta que o preparador físico, que é uruguaio, não mantém vínculo com o Brasil e, por isso, quer mantê-lo preso para o andamento do processo.
Na denúncia, o Ministério Público cita imagens feitas das arquibancadas e pelas câmeras de monitoramento da Neo Química Arena para afirmar que Vargas “simulou gestos de macacos com os braços direcionando-os aos torcedores brasileiros”.
Um pouco antes, a defesa de Vargas apresentou pedido de revogação da prisão do preparador físico e incluiu ao processo declarações de clubes em que ele trabalhou anteriormente, como River Plate e Peñarol, ambos do Uruguai, como atestado de boa conduta.
A Justiça ainda não decidiu sobre nenhum dos dois pedidos apresentados nesta quarta-feira.
Na véspera, Corinthians e Universitário voltaram a se enfrentar no jogo de volta dos play-offs da Copa Sul-Americana, em Lima. Os brasileiros venceram por 2 a 1 e se classificaram, mas a partida terminou em confusão após o Ryan, do Corinthians, mostrar a camisa do clube a torcedores locais para comemorar seu gol.
O lance, que levou a quatro expulsões, foi alvo de um pedido de desculpas do técnico Vanderlei Luxemburgo e de ironia do técnico do Universitário, Jorge Fossati, que o comparou ao suposto gesto racista de seu auxiliar preso no Brasil.