Por: Carlos Calaes
A mulher de 53 anos que teria cometido o crime de discriminação e racismo contra uma menina negra de 4 anos, que dançou quadrilha com o neto, um garoto branco de 5 anos, deverá ser indicada por injúria qualificada. A pena prevista nesses casos pode variar de um a três anos de prisão. Pelo fato de ser ré primária, no entanto, a punição deverá ser convertida em prestação de serviços ou pagamento de cestas básicas. Nesta quarta-feira (25), às 10 horas, mais uma professora que presenciou as ofensas vai prestar depoimento e deve confirmar a denúncia de racismo contra a menina. A informação é do delegado Juarez Gomes, da 4ª Delegacia de Contagem.
Conforme a Polícia Civil, um inquérito foi insataurado para investigar o suposto crime de discriminação e racismo, que teria ocorrido durante uma festa junina, realizada no último dia 7, na escola infantil Emília.
Na festa, a menina D., negra, estava vestida de noiva e dançou quadrilha com o coleguinha C., um garoto branco. Nenhum incidente ocorreu na festa. No entanto, segundo o delegado, três dias depois, a avó do menino, Maria Pereira Campos da Silva, a “Mariinha”, de 53 anos, teria invadido a escola em buscas de explicações de quem teria deixado o neto dançar com a “menina preta horrorosa”. Essas palavras teriam sido ditas em frente à menina e outros dez coleguinhas. Muito assustada com o comportamento da mulher, a menina passou mal e chegou a vomitar.
A professora Cristina Pereira Aragão, de 34 anos, que assistiu a tudo horrorizada, exigiu providências da diretoria, sem sucesso. Inconformada, ela pediu demissão e relatou tudo à mãe da menina, a atendente de marketing Fátima Viana Souza, de 41 anos. Juntas, elas foram à polícia e denunciaram o caso. O delegado disse que a acusada já prestou depoimento e negou as acusações.
Na terça-feira, o Hoje em Dia esteve na casa da menina, que demonstra estar superando o incidente. “Eu mesma já fui vítima de racismo, mas, com uma criança, é muita covardia, Isso não pode ficar impune e vou até o fim”, afirmou Fátima. Procurada em sua casa, “Mariinha” não foi encontrada.
Fonte: Hoje em dia