Novo caso de machismo em grupo de faculdade vem à tona

Desta vez, reclamação é de alunas de Engenharia Civil que precisam suportar publicações preconceituosas…

Por Mariana Lioto, do CGN

O caso de publicações machistas e preconceituosas ocorridas em um grupo de estudantes de Direito teve grande repercussão ontem e as discussões mostram que não é um caso isolado. Outros relatam começam a vir à tona.

O incômodo em um grupo de acadêmicos de Engenharia Civil da UTFPR, de Toledo, é antigo. O grupo foi criado para troca de informações importantes sobre as atividades do curso, mas acabou sendo espaço para publicações machistas.

Depois de mostrar uma mulher como objeto sexual e ser questionado, o acadêmico diz que as mulheres do grupo não sabem entender piadas. Em outro momento, por mensagem de áudio, o rapaz manda uma estudante procurar um psicólogo, pois ele “não teria nenhum problema para resolver”.

Outros prints mostram críticas ao feminismo e ironizam a responsabilidade da mulher quanto a atividades domésticas.

“Estamos dentro de uma universidade federal, não é a casa dele. Estou no grupo porque sou acadêmica e o respeito é necessário”.

Veja alguns trechos das conversas:

Todas as imagens são de Reprodução/Whatsapp

Algumas mulheres do grupo se pronunciaram para reduzir os ataques, mas segundo ela, alguns acadêmicos seguem com a postura.

Nos últimos meses a instituição já havia sido procurada com promessas sobre como encaminhar a situação.

Ontem o Coletivo Feminista Mulheres Valentinas se manifestou sobre o caso:

“É inadmissível que as instituições de ensino não tenham políticas de combate às agressões e a esses tipos de violência. E também é inaceitável que a situação siga como está – como, na verdade, sempre foi”.

Eles entendem que os comentários machistas são reflexo da falta de aceitação da mulher dentro da universidade.

Hoje representantes do Centro Acadêmico do curso estiveram nas salas de aula para falar sobre o caso e prometendo que haverá uma atitude por parte da universidade.

O Coletivo promete tornar públicas todas as manifestações machistas que ocorrerem dentro da universidade.

Veja a nota do Coletivo Feminista Mulheres Valentinas na íntegra:

Há mais de um ano a comunidade acadêmica da UTFPR tem vivenciado episódios de machismo, sexismo, violência moral, psicológica e assédio. Os prints a seguir são exemplos disso e infelizmente essa situação não é um caso isolado. Poderíamos escrever diversos megabytes de denúncias sobre o machismo VELADO e ESCANCARADO presente nas mais diversas instituições de ensino.

É inadmissível que as instituições de ensino não tenham políticas de combate às agressões e a esses tipos de violência. E também é inaceitável que a situação siga como está – como, na verdade, sempre foi.

Há alguns anos que somos maioria nas universidades brasileiras. No entanto, a verdadeira aceitação das mulheres só irá se concretizar quando pudermos ter nossa integridade física e emocional asseguradas.

Quando formos, enfim, levadas a sério. E essa situação só vai ser possível quando TODOS contribuírem com isso.

EDUCAÇÃO se faz com ATITUDE e não disseminando ou compactuando com discriminação e machismo.

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