Entre 2001 e 2011, quantidade de afrodescendentes donos de negócios cresceu 29%
Quase a metade das micro e pequenas empresas brasileiras são comandadas por empreendedores negros, segundo levantamento realizado pelo Sebrae, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). De 2001 a 2011, a quantidade de empreendedores negros cresceu 29% (entre os que se declaram brancos, o crescimento foi de 1%), elevando a participação dos negros de 43% para 49% no segmento das micro e pequenas empresas, aquelas que faturam até R$ 3,6 milhões por ano.
Além de empreenderem em maior número que no passado, os empreendedores afrodescendentes também apresentaram aumento de escolaridade, segundo apontou o estudo realizado pelo Sebrae. Apesar de ainda possuírem menos tempo de estudo do que os brancos, o nível escolar dos negros teve um crescimento de 41% nos 10 anos analisados, enquanto que entre os brancos o aumento foi de 17%. Entre a totalidade dos empreendedores afrodescendentes – 71% representados pelo público masculino -, a escolaridade passou de 4,4 anos de estudo para 6,2 anos na década.
Faturamento
A defasagem do faturamento médio dos donos de negócio negros e brancos ainda é grande, mas em uma década o rendimento dos empreendimentos comandados por afrodescendentes cresceu 70%, ante 37% dos demais. Entre 2001 e 2011, o rendimento médio real desses negócios passou de R$ 612 para R$ 1.039 por mês, enquanto no grupo dos empresários brancos a expansão foi de R$ 1.477 para R$ 2.019 mensais.
A maior concentração dos negros donos de negócios está na região Nordeste. Somente na Bahia estão 12% do total do país. O Comércio e a Agricultura são os setores que mais têm proprietários de empresas que se declaram negros, ambos com 23% de participação. Os demais se distribuem entre os setores de Serviços (21%), Construção (19%) e Indústria (10%).
Fonte: Zero Hora