Países europeus, além do Canadá, anunciaram medida como resposta ao massacre de Houla
Alemanha, Reino Unido, França, Espanha, Itália e Canadá anunciaram nesta terça-feira (29) a expulsão de diplomatas sírios de seus países — entre embaixadores e representantes oficiais —, isolando ainda mais o governo da Síria e aumentando a pressão para que medidas mais severas sejam tomadas contra o regime de Bashar al Assad.
A expulsão dos representantes diplomáticos ocorre após o massacre de Houla, na última sexta-feira (25), que deixou ao menos 108 mortos e rendeu ao regime de Assad uma condenação do Conselho de Segurança da ONU.
Como resposta ao massacre, potências europeias coordenaram hoje o anúncio da expulsão dos diplomatas sírios em seus países.
Na França, o anúncio foi feito pelo presidente François Hollande. A decisão será notificada à embaixadora “hoje (terça-feira) ou amanhã (quarta-feira)”, declarou o chefe Estado. Hollande anunciou ainda que o grupo de países “amigos da Síria” se reunirá em julho em Paris.
— Tive uma conversa ontem (segunda-feira) com David Cameron, o primeiro-ministro britânico. Laurent Fabius, ministro das Relações Exteriores, conversou com o secretário-geral das Nações Unidas e concordamos com uma série de medidas de pressão contra a Síria.
Na Alemanha, segundo vários meios de comunicação, o embaixador sírio em Berlim, Radwan Lufti, foi citado no Ministério de Exteriores e avisado que tinha 72 horas para abandonar o país. Em fevereiro, a Alemanha já havia expulsado quatro funcionários da embaixada síria suspeitos de terem espionado militantes da oposição no exílio
Já o Reino Unido anunciou a expulsão do encarregado de negócios sírio em Londres, o mais alto representante diplomático do regime de Bashar al Assad no país, em protesto pelo massacre de Houla.
“O encarregado de negócios foi expulso”, declarou um porta-voz do ministério das Relações Exteriores, explicando que o titular da pasta, William Hague, daria detalhes sobre esta decisão nas próximas horas.
O governo espanhol também decidiu hoje expulsar o embaixador sírio em Madri, Hussam Edin Aala, como resposta à repressão do regime de Bashar al Assad após o massacre de sexta-feira passada, informaram à agência EFE fontes diplomáticas.
Na Itália, o embaixador sírio, Khaddour Hasan, foi convocado pelas autoridades italianas e declarado “persona non grata”, indicou em um comunicado o ministério italiano das Relações Exteriores.
A onda de anúncios do dia foi acompanhado ainda pelo Canadá, em comunicado do chanceler John Baird.
— Hoje, o Canadá está expulsando todos os diplomatas sírios que permanecem em Ottawa. Eles e suas famílias têm cinco dias para abandonar o Canadá.
O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão da oposição síria, comemorou as expulsões de diplomatas sírios em vários países ocidentais.
O CNS convoca “a comunidade internacional a romper suas relações diplomáticas com o regime sírio”, afirma o Conselho em um comunicado, ao mesmo tempo em que pediu novamente uma resolução da ONU que autorize a opção militar contra o regime.
Fonte: R7